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Lula justifica política com África por dívida do país com região

Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou seu programa semanal de rádio para comemorar a criação do Estatuto da Igualdade Racial e justificar sua política externa em relação à África devido à "dívida enorme" que o Brasil tem com a região.

"A importância da lei é garantir que neste país, a partir de agora, não exista nenhuma diferença entre negros e brancos", disse Lula no programa "Café com o Presidente" desta segunda-feira, lembrando que a nova lei reforça o que já estava previsto na Constituição de 1988.

O presidente sancionou semana passada o estatuto, aprovado pelo Congresso após dez anos de discussão. A nova lei prevê, entre outros pontos, obrigatoriedade do ensino da história da África e a criação de ouvidorias em defesa da igualdade racial.

"Não é tudo que a gente quer, ainda faltam coisas pra gente fazer, mas é importante que a gente tenha a clareza que hoje nós temos... uma lei que dá mais direitos, que recupera a cidadania do povo negro brasileiro", acrescentou o presidente.

Lula afirmou que o Brasil tem "uma dívida enorme com o continente africano, com o povo africano" e justificou a atuação de sua política externa na região, onde pessoalmente visitou mais de 25 países durante seus oito anos de governo.

"É uma dívida que a gente nunca vai poder pagar em dinheiro, a gente vai poder pagar, sabe, em solidariedade, em ajuda humanitária, em ajuda ao desenvolvimento, em ajuda no conhecimento científico e tecnológico", argumentou.

O presidente tem sido criticado por muitas vezes visitar países africanos dirigidos por ditadores, o que acabaria reforçando a posição desses líderes.
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