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Advogado de sargento do caso Rafael nega que ele tenha pedido propina

G1

O advogado Ekner Maia, que representa o sargento Marcelo Leal, acusado de cobrar propina ao estudante Rafael Bussamra, motorista que confessou ter atropelado o músico Rafael Mascarenhas, afirmou nesta sexta-feira (30) que seu cliente não participou e desconhece qualquer tipo de negociação envolvendo dinheiro com a família do atropelador.

O advogado Claudenor de Brito, que faz a defesa do cabo Marcelo Bigon, também negou a participação do PM no esquema de propina.

Na manhã desta sexta, segundo os advogados dos policiais, membros da corregedoria da PM e da Justiça Militar foram até ao Batalhão Especional Prisional, onde o cabo e o sargento estão presos, para ouvi-los. No entanto, os PMs alegaram que só vão falar sobre o caso em juízo.

Entenda o caso

Ekner Maia aguarda o inquérito para conhecer melhor as acusações de Roberto Bussamra, pai do estudante que atropelou o filho de Cissa Guimarães. Segundo ele, o sargento Marcelo Leal, assim como o cabo Marcelo Bigon, não sabiam que o túnel Acústico estava interditado para o tráfego de veículos no dia do acidente.

"O que eu posso afirmar é que o sargento só ficou sabendo dessa acusação de propina pela imprensa. Em relação à ida deles a Rua Pacheco Leão, só posso dizer que a rua faz parte do itinerário de ronda deles, e não tenho mais detalhes porque não tive acesso ao inquérito", declarou o advogado.

Polícia aguarda laudo


A chefia de investigação da 15ª DP (Gávea), onde o caso foi registrado, aguardam para o início de agosto os laudos da perícia no carro de Rafael Bussamra e da reconstituição do atropelamento. Para a polícia, os laudos são complementares. A delegada Bárbara Lomba, responável pelo caso, revelou que pretende encerrar o inquérito em 20 dias. Ela afirmou que aguarda provas e laudos para indiciar o motorista Rafael Bussamra que pode responder por homicídio culposo ou doloso.

PMs negaram depoimento à delegada


Os policiais militares acusados de pedir propina também se negaram a dar depoimento à delegada responsável pelas investigações, Bárbara Lomba, na quinta-feira (29). Na ocasião, eles disseram novamente que só iam falar perante ao juiz.

O advogado do cabo, Claudenor de Brito, também negou que seu cliente tinha conhecimento da negociação.

Ele disse ainda que seu cliente quer provas e quer saber quando a acusação começou a ser feita. "Ele quer ver a prova. Que dia que foi dito que eles receberam propina. Foi no mesmo dia? No primeiro dia do depoimento, quando eles foram na delegacia? Ou se foi posterior, quando a coisa estava se agravando. É isso que ele quer saber."

O advogado declarou que o PM Marcelo Bigon disse que o carro não estava tão amassado como no dia em que foi encontrado pelos agentes na oficina, na manhã após o atropelamento.


Investigação
No mesmo dia do acidente, Rafael Bussamra, de 25 anos, se apresentou à polícia e confessou ter atropelado o músico. Em depoimento, ele contou que prestou socorro ao filho da atriz e que foi liberado pela polícia. Outros três jovens que estavam no carro de Rafael Bussamra e no de seu amigo prestaram depoimento. Todos negaram estar participando de um “pega”.

Em depoimento, Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, contou que o filho foi coagido a pagar propina para os policiais. A delegada Bárbara Lomba afirmou que os policias podem ser acusados por corrupção passiva e Rafael e Roberto Bussamra por corrupção ativa. Rafael Bussamra ligou para o pai, que pagou R$ 1 mil aos policiais após o acidente. O pedido dos policiais, segundo ele, teria sido de R$ 10 mil.

O cabo da Polícia Militar Marcelo Bigon e o sargento Marcelo Leal, acusados de liberar o carro do jovem que atropelou Rafael Mascarenhas foram presos na quarta-feira (28) e levados para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Benfica, no subúrbio. A Justiça Militar já havia decretado a prisão preventiva dos dois.
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