Pelo visto, o Ibope acaba de melhorar sua imagem junto aos petistas e demais defensores da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República, uma vez que o resultado da sua última pesquisa de opinião sobre a corrida sucessória mostra números bem destoantes da consulta do Instituto Datafolha (que informou haver um empateentre a ex-ministra e o tucano José Serra). A diferença de cinco pontos em favor da candidatura do PT (39% a 34%) fica mais próxima do que foi apontado pelo Vox Populi (que registrou 8 pontos pró-Dilma).

Fiz questão de abrir desta forma o comentário sobre a pesquisa Ibope, para deixar claro que não entro nestas discussões sobre qual instituto está certo ou errado e quais seriam as razões das diferenças entre os resultados. Espero que, com os números desta última consulta, esta discussão se esvazie e as teorias de conspirações percam espaço para as análises mais frias e racionais da própria campanha, uma vez que, como já disse aqui mesmo, as pesquisas servem muito mais para que os marqueteiros de cada lado balizem seuspróximos movimentos.

Além de, também, ajudarem a esquentar as discussões nas mesas dos bares e nas esquinas, é claro.

Diferenças à parte, os números do Ibope mostram que a tendência tem sido pelo crescimento de Dilma e pela queda ou, no máximo, estabilidade dos índices em favor de José Serra, o que deve estar sendo motivo de muita preocupação pelos lados tucanos. Especialmente porque todo o esforço e estratégia do comando de marketing do ex-governador paulista vem sendo feito para que o quadro esteja equilibrado e empatado quando começar o horário eleitoral gratuito (em 17 de agosto).

O fato de a candidata petista ter subido mais rápido do que o esperado – e em quase todas as regiões do País, menos no Sul, onde Serra passou de 42% para 46% das intenções de voto – frustra os planos da oposição e vai exigir um esforço maior nos programas do rádio e TV para voltar a igualar o jogo e, quem sabe, dar a virada que Serra precisa.

Pouco animador, para os tucanos, foi o fato de Dilma, segundo o Ibope, ter conseguido superar o seu adversário na região Sudeste – que, além de ser a mais populosa, com 58,9 milhões de eleitore (43,3% do eleitorado), tem dois Estados governados pelo PSDB, São Paulo e Minas Gerais (o Rio de Janeiro completa a região). O que pode revelar um fato muito negado publicamente: Aécio Neves, o popular ex-governador e candidato a senador, estaria mesmo fazendo corpo mole na campanha e deixando o paulista fora do seu palanque.

Com tudo isto acontecendo antes da entrada em cena, nos programas eleitorais, do maior cabo eleitoral do País, o presidente Lula, não há dúvida a respeito dos problemas que Serra deverá enfrentar nesta sua trajetória.