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Voos atrasados geram mais de 200 reclamações em juizados especiais de aeroportos do Rio de Janeiro

G1

O Rio de Janeiro não estava nos planos de da enfermeira Lúcia Helena Barbosa. O voo dela era de Foz do Iguaçu para Ribeirão Preto, com conexão em Guarulhos. Mas atrasou tanto que a empresa transferiu os passageiros para uma cidade próxima do destino. E lá, enfrentaram novos atrasos. “Estou muito nervosa, estou trêmula, com fome e sem saber o que vai acontecer comigo”, diz Lúcia.

Ao longo do dia, passageiros estressados, exaustos.

“Um pouco de raiva, sem saber o que vai acontecer comigo”, diz o estudante Rafael Von Atzinger. “Isso é um absurdo”, reclamava outro passageiro. “Fomos informados pela empresa Gol que o motivo era falta de tripulação”, diz o empresário argentino Diego Diaz, que mora em Porto Alegre.

De fato, a Gol implantou um novo sistema de computador para organizar as escalas da tripulação -- comprado de uma empresa alemã. Aparentemente, o programa não levou em consideração a legislação brasileira, que limita a 11 horas o tempo do tripulante à disposição da companhia. Resultado: a Gol não conseguiu montar equipes suficientes de comandantes e co-pilotos, e apenas pouco mais metade de seus 800 voos diários decolaram.

“Um caos total, uma falta de respeito com as pessoas, e gerando prejuízo pra todo mundo, tanto pessoal, pros turistas, quanto profissional, pra quem veio trabalhar”, diz o administrador de empresas Vinicius Barreto Gomes.

Os juizados especiais dos dois aeroportos do Rio registraram desde o fim de semana quase 200 atendimentos. Muitas das reclamações vão virar processos na justiça.

Oitenta e dois passageiros deram entrada em ações e 20 fizeram acordos com a empresa.

“Se todo brasileiro que passar por isso vir aqui e registrar, talvez vai doer no bolso deles e vão aprender a respeitar a gente”, afirmou o administrador Wagner Schon.

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