A candidata do PV à presidência da República Marina Silva criticou neste sábado (7) uma emenda apresentada pela deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) à Medida Provisória (MP) 487. A emenda prevê que os custos de eventuais atrasos em obras de hidrelétricas sejam repassados ao consumidor.

"É motivo de preocupação forte para mim principalmente e para a sociedade brasileira. O problema as vezes da má gestão (...) e tratar os problemas ambientais como se fossem externalidades, como se não fizessem parte dos empreendimentos (...) pode ser agora transferido para o consumidor", disse.

A MP 487 autoriza, entre outros assuntos, que o Tesouro Nacional faça um empréstimo de R$ 80 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O parecer de Solange envolve diversos temas, como por exemplo, a concessão de benefícios fiscais para a compra de resíduos sólidos usados no processo produtivo e institui um regime para o desenvolvimento de usinas nucleares.

"Se está dizendo que vai repassar os custos do atraso para o consumidor, significa que alguém está se desresponsabilizando e que o consumidor está sendo duplamente penalizado. Porque está atrasado o cronograma de investimentos e porque o custo será repassado para ele", afirmou Marina.