O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aprovou a proposta de destinação da fazenda Zifa da Amazônia, em União do Sul (680 km de Cuiabá), com área registrada de 2.4 mil hectares, e também da fazenda Alvorada, no município vizinho de Cláudia, com 1.2 mil hectares, para criação de assentamentos de agricultores.

A portaria foi publicada nesta sexta-feira (13), no Diário Oficial da União, e autoriza a Superintendência do Incra em Mato Grosso a criar, na Zifa da Amazônia, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável “Sonho de Anderson”, composto de 100 unidades agrícolas familiares de 24 hectares cada – 10 alqueires.

O assentamento recebeu este nome em homenagem a um garoto, de aproximadamente 12 anos, que foi junto com a família morar naquela área. Anderson morreu no acampamento após ser atingido por um tiro acidental de espingarda, que ele carregava nas costas.

A Zifa da Amazônia foi ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) há cerca de dez anos e desde então os acampados lutam pela posse da terra. Depois de disputas judiciais, a fazenda foi desapropriada para fins de reforma agrária, em maio de 2006, e incorporada ao patrimônio da União.

Já na fazenda Alvorada, em Cláudia, que foi comprada pelo Incra há alguns anos, será criado o Projeto de Desenvolvimento Sustentável “Terra de Viver”, com 40 unidades agrícolas familiares de 30 hectares cada – equivalente a 12,5 alqueires.

O MST por vezes bloqueou a BR-163 em Sinop e, da última vez, em Sorriso, cobrando a regularização dos acampamentos. Agora, com a regularização e após a efetiva criação dos dois assentamentos, as famílias poderão pleitear financiamentos do Pronaf e viver da agricultura familiar.