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Notícias / Brasil

Vinicius de Moraes recebe homenagem do Itamaraty

Globo

Vinicius foi diplomata de 1943 a 1969, uma época em que o Itamaraty ficava no Rio de Janeiro e era visto como casa de intelectuais. Abrigava imortais como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e um jovem Vinicius, que mostrava seu talento para a poesia, a prosa e a música. Mas um dia o lado diplomata do poeta foi interrompido sem aviso prévio.

“Quando veio o AI-5, o general Costa e Silva, conta a lenda, escreveu um bilhete sumário para o chanceler Magalhães Pinto: ‘demita-se esse vagabundo’”, afirma o escritor José Castelo.

Segundo os militares, Vinicius era visto frequentemente bebendo em boates e estaria faltando ao trabalho para se apresentar em shows pelo Brasil. O embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima nega. Ele diz que o poeta era um bom funcionário, chegava na hora e não faltava. Foi cassado por ser diferente.

“Um pouco de preconceito. Para os valores da época, as pessoas achavam que não ficava bem para um diplomata fazer show em boate e, de fato, era uma coisa que ainda chocava”, diz Paulo Tardo Flecha de Lima.

O que Vinicius não pode fazer em via, chegar a embaixador, o posto máximo da carreira, vai conseguir agora, trinta anos depois de morto. Segunda-feira, em uma cerimônia no Itamaraty, o diplomata vai ser promovido ao posto de ministro de primeira classe, o equivalente a embaixador.
“Nós fizemos um bem para o Itamaraty ao resgatar o Vinicius como embaixador. É uma honra para o Itamaraty”, revelajornal o ministro das relações exteriores, Celso Amorim.

Ao longo da carreira, o “poetinha” serviu em Los Angeles, Montevidéu, Roma, Paris e em todos os postos o diplomata Vinicius guardou intacta a paixão pelo Brasil, mesmo quando a saudade apertava.
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