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Parentes de mãe contestam decisão de dar guarda a pai de Joanna

Globo

Familiares da mãe da menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, de 5 anos, contestaram a decisão da Justiça de dar a guarda da criança para o pai dela. A menina, que passou quase um mês em coma, morreu no início da noite desta sexta-feira (13).

A produção do RJTV entrou em contato com o pai de Joanna, André Rodrigues Marins, mas ele não quis falar sobre o assunto. O G1 telefonou para o advogado Luis Guilherme Vieira, que representa André, mas não obteve retorno.

Os parentes de Cristiane Marcenal Ferraz, mãe de Joanna, afirmam que já consultaram diversos advogados sob a questão da guarda para o pai André Rodrigues Marins e todos argumentam que é um “absurdo”.

O enterro da criança está marcado para às 16h deste domingo (15) no Cemitério Jardim Saudade de Mesquita, na Biaxada Fluminense.

A pedido dos defensores públicos que representam a mãe da menina, peritos particulares contratados pela família acompanharam o trabalho dos técnicos do IML. O corpo de Joana deve ser liberado até domingo de manhã para o enterro. Só depois do laudo, o delegado vai concluir o inquérito sobre os possíveis maus tratos sofridos pela criança. Um outro inquérito sobre o mesmo caso será encaminhado à justiça já na semana que vem.

Ao ser internada, a menina tinha uma marca nas nádegas semelhante a uma queimadura. A criança passou por três hospitais, entre eles o Rio Mar, na Barra da Tijuca (Zona Oeste), onde foi atendida por um falso médico, que receitou um anticonvulsivo e a liberou desacordada.

Prisão de médica
A médica Sarita Fernandes Pereira e o falso médico, que afirmou ser estudante de medicina, podem responder por cinco crimes, após a morte de Joanna Cardoso Marcenal Marins, de 5 anos, segundo a polícia do Rio.

A pediatra foi presa neste sábado (14) em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. O aluno de medicina também teve a prisão temporária decretada e é considerado foragido. Eles foram indiciados por falsidade ideológica, falsidade material, tráfico de drogas (porque o estudante teria aplicado um anticonvulsivo na menina) e exercício ilegal da medicina agravado pelo fato de Joanna ter morrido. Anteriormente, eles ainda responderiam por associação para o tráfico, mas o delegado decidiu retirar o crime do inquérito. A polícia deve enviar o inquérito para o Ministério Público na semana que vem.

Na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), a médica negou as acusações. "Eu acredito na Justiça, acredito na minha advogada e sei que tudo isso vai acabar bem." Ela será encaminhada para o presídio Bangu 8, na Zona Oeste.

Em depoimento a polícia, o falso médico teria dito que Sarita Pereira o contratou e entregou a ele o carimbo com CRM falsificado.

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Falso médico ministrou anticonvulsivo, diz polícia De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Luiz Henrique Marques, o corpo de Joanna foi submetido a necrópsia. O laudo do IML pode esclarecer as causas do coma, das convulsões e se a mancha pode estar relacionada a queimadura.

Revolta
A mãe de Joanna disse que não vai descansar enquanto os culpados não forem punidos. "Entreguei minha filha boa no dia 27 de maio para o pai dela, andando, com roupinha com tudo para poder ir pra casa e hoje eu vou enterrar minha filha. Preciso que alguém descubra o que aconteceu, me fale o que houve, porque a gente até agora não tem resposta", afirmou Cristiane Marcenal Ferraz.

Desde o nascimento da menina, os pais brigaram na Justiça para ficar com a filha. O pai estava com a guarda desde maio.

Demissão
A direção do Hospital Rio Mar informou que a médica Sarita Fernandes foi demitida e que, como coordenadora do setor de pediatria, ela foi a responsável pela contratação do falso médico. A direção disse ainda que estuda a possibilidade de entrar com um processo cível e um outro criminal contra a pediatra.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu uma sindicância na quinta (12) para apurar o atendimento.
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