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No RS, Serra diz ter aprendido a falar no rádio com Brizola

Terra

Em um movimento claro de disputa de espaço no Rio Grande do Sul com a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, o candidato tucano José Serra disse, em almoço em Porto Alegre, nesta segunda-feira (16), que aprendeu a falar no rádio com o ex-líder trabalhista Leonel Brizola. A afirmação foi feita durante discurso de Serra em evento no Parque da Harmonia, em Porto Alegre.

A agenda de José Serra no Rio Grande do Sul foi montada para exaltar os "valores gaúchos", em uma estratégia evidente para retomar o terreno que as pesquisas apontam ter sido perdido, em parte, para Dilma Rousseff no Estado. Começou pelo local.

Em almoço, no restaurante Galpão Crioulo, no Parque da Harmonia, foi lançado o movimento suprapartidário "Gaúchos com Serra". É o mesmo parque aonde, todos os anos, ocorre o tradicional "Acampamento Farroupilha". Nele, durante vários dias do mês de setembro, tradicionalistas de todo o Rio Grande do Sul ficam acampados, para comemorar o aniversário da Revolução Farroupilha (20 de setembro).

Serra optou, na chegada, por seguir um pequeno trecho a pé. Ficou com um gaúcho vestido a caráter de um lado e uma prenda do outro. A governadora Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição, o aguardava bem perto da entrada do restaurante. Ela ganhou beijo e abraço, em uma das raras demonstrações de proximidade em ambos, e entrou no galpão lotado (cerca de 800 participantes) ao lado de Serra.

Yeda foi uma das primeiras a discursar. De novo, informou que não poderia ficar até o final porque precisava seguir para um compromisso de governo - ela cumpre agenda de campanha somente no horário do almoço e depois do expediente.

Antes dela, falaram o coordenador do movimento "Gaúchos com Serra", o deputado federal Germano Bonow (DEM), e a escritora Lya Luft, que leu um manifesto em nome de "notáveis" que apoiam o candidato. Ao discursar, Bonow deixou escapar que o movimento "praticamente surgiu nas últimas 72 horas", o que tornou ainda mais evidente que a mobilização foi uma resposta ao avanço de Dilma no Estado.

No manifesto lido por Lya e escrito pelo jornalista Flávio Tavares, nova exaltação do povo gaúcho."Como gaúchos, sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra. E vamos defender nossos valores votando em José Serra", leu a escritora. O trecho "sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra" saiu do hino do Estado. Manifesto lido, todos os presentes se perfilaram para a execução do hino nacional.

Serra não deixou por menos. Tentou durante todo o discurso se colocar como admirador da população do Estado. Além de exaltar Leonel Brizola, disse que o país tem dívidas impagáveis com o Rio Grande do Sul. Uma delas referente à expansão da fronteira agrícola e outra o fato de, devido a políticas econômicas equivocadas, o Estado ter "ficado para trás do Brasil" sob o ponto de vista econômico. Arrematou dizendo que, eleito, será um "presidente gaúcho".

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