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Estado e União centralizam discursos de Alckmin e Mercadante

Terra

Acuado pelas críticas ao desempenho nos 16 anos do PSDB em São Paulo, o candidato tucano ao governo paulista, Geraldo Alckmin, adotou um discurso similar contra o governo federal, sem citar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o debate Folha-UOL, nesta terça-feira(17), ele se queixou da participação da União em áreas como saúde, transporte e educação. O debate teve ainda a participação dos candidatos Aloizio Mercadante (PT) e Celso Russomanno (PP).

"Não são críticas ao governo federal, mas quero mostrar as contradições do PT. O governo federal diminuiu o financiamento da saúde. Eles estão tirando dinheiro da saúde. É fácil falar mal de São Paulo", disse Alckmin. Mercadante se defendeu: "Os problemas do governo do Estado eu tenho de apontar para apresentar soluções. Agora, o governo do PSDB em São Paulo tenta transferir para o governo Lula uma responsabilidade que não é dele. Ele chegou a dizer que não teve recurso do Fundeb para a educação. Dobramos em termos reais o repasse. São pelo menos nove hospitais construídos em parcerias com as prefeituras", disse.

Pouco depois, Alckmin contra-atacou dizendo que a progressão continuada dos professores foi instituída pelo PT, no governo da Luiza Erundina. "Agora, em véspera de eleição, para ganhar voto, vem com essa história. O problema não é progressão continuada. O aluno que falta é reprovado todo ano. Se ele não falta, é preciso ajudá-lo, porque eu não quero dar diploma de fracasso para criança pobre, filho de família pobre. Eu quero dar diploma de futuro ao filho de família pobre".

Mercadante aproveitou também para criticar a falta de investimentos no Metrô. "O tempo inteiro, mesmo em relação ao Metrô, diz que não tem recurso federal. São R$ 4,3 bilhões que o governo colocou. Houve um esforço muito grande do governo federal. Aqui não melhorou no ritmo que o Brasil está avançando. É lento. É indefensável a situação da educação em São Paulo. Não querer ver o que todo mundo vê e continuar empurrando com a barriga".

Alckmin mirou novamente o governo federal. "A saúde está ficando nas costas dos Estados e dos municípios. Falam do Metrô, mas quando foram prefeito da cidade não colocaram um centavo no metrô. Quem está colocando dinheiro é a prefeitura do (Gilberto) Kassab (DEM). Falam do Metrô, mas colocam dinheiro até na Venezuela e, em São Paulo, nem um centavo".
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