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Após atentado, TSE cogita dar segurança extra a juízes eleitorais

Terra


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (18) que mesmo com o atentado contra o desembargador Luiz Mendonça, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Sergipe, não há risco de criminosos poderem coibir a atuação da Justiça Eleitoral no pleito de outubro. Na avaliação do ministro, que viaja nesta tarde para Aracaju para acompanhar o caso, o TSE cogita oferecer segurança extra a juízes eleitorais e presidentes dos TREs para evitar qualquer tipo de coação a magistrados.

Luiz Mendonça foi atingido nesta manhã quando seu carro oficial, não blindado, passava pela Avenida Beira Mar, na zona sul de Aracaju. Conforme informações da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, o veículo foi alvejado quando estava parado em um semáforo. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Sergipe, o diretor clínico do hospital São Lucas, Fábio Leolpodino, relatou que o desembargador foi atingido por fragmentos de bala, que estão localizados abaixo da pele do couro cabeludo. Ele conseguiu se abaixar na hora dos disparos, está fora de perigo e não há risco a nenhum órgão importante. O motorista do juiz, Jailton Batista, está em estado muito grave.

"Talvez seja o caso de reforçar a seguranças dos juízes. O juiz brasileiro é um juiz muito despojado, é um juiz de grande coragem física e em geral dispensa toda a segurança. Vamos sem dúvida nenhuma cogitar de reforçar a segurança dos juízes eleitorais, não apenas dos presidentes, mas de todos que atuam no processo eleitoral, sobretudo naquelas áreas em que haja um risco maior à segurança física dos magistrados", declarou Lewandowski, que não descartou nenhuma hipótese quanto à motivação do crime.

"Não estamos descartando nenhuma hipótese. Pode ser um crime que tenha alguma motivação eleitoral, mas também lembro que o desembargador Luiz Mendonça foi secretário de segurança pública e tem origem no Ministério Público. Não podemos afastar a hipótese de que se tenha uma motivação relacionada com uma questão pessoal e ligada à atuação profissional no Ministério Público ou como magistrado", relatou o presidente do TSE, que conversou após o atentado com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, com a Polícia Federal, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso. "Todas as forças de segurança do País e do estado estão mobilizadas para esclarecer o mais rapidamente possível os fatos que envolvem esse atentado e descobrir com a maior brevidade possível os responsáveis por esse ato criminoso", afirmou.

Na avaliação de Lewandowski, por ora não há pedido de deslocamento de tropas federais ou da Força Nacional de Segurança para atuar no Estado de Sergipe, mas em um segundo momento força policial extra pode ser ofertada aos eleitores sergipanos. "Não há necessidade no momento, mas não podemos descartar essa hipótese. Não nos foi solicitado. O governador me assegurou que está em pleno controle da situação. Todas as forças policiais do Estado estão mobilizadas. As divisas estão patrulhadas e vigiadas e também o ministro da Justiça está dando prioridade absoluta para a apuração deste caso. Estamos extramamente atentos. Não haverá essa hipótese de coação da atuação da Justiça de quem quer que seja no processo eleitoral. Salvo esse incidente, que foi um incidente isolado, raro na história do País, estamos esperando eleições absolutamente tranquilas", disse o ministro, que atribuiu a situação da saúde do desembargador a "um milagre".

"Minha presença em Sergipe tem o objetivo de demonstrar que a Justiça eleitoral está coesa, está unida e está preparada para enfrentar qualquer desafio".
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