A candidata do PT à Presidencia da República, Dilma Rousseff, disse nesta quinta-feira (19), em Brasília, que se sente 'devedora' dos bispos do Brasil em razão da luta que eles empreendenram contra a ditadura.

"Me considero muito bem acolhida na CNBB. Me considero devedora dos bispos porque eles se levantaram na época da ditadura", disse a candidata, em visita à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Segundo Dilma Rousseff, nenhum tema polêmico, como legalização do aborto ou casamento entre homosexuais, foi discutido durante o encontro.

Ela foi recebida pelo presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo vice-presidente, dom Luís Soares, e pelo secretário-geral, dom Dimas Lara. O chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, também estava presente.

Dilma Rousseff foi a primeira candidata à presidência a ser recebida na CNBB. Segundo os bispos, qualquer candidato que solicitar o encontro será bem recebido.

Ela disse que, na reunião, Dom Geraldo expressou preocupação com a dificuldade de acesso à água pelas comunidades do semiárido. Dilma respondeu, segundo ela, que uma das metas de seu governo será a universalização do acesso à água. Ela propôs a criação do programa 'Água para todos'.

Entre as propostas do programa, afirmou a candidata, estarão a construção de cisternas e a conclusão das obras da transposição do Rio São Francisco.

Questionada a respeito da discordância do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, que fez greve de fome contra o projeto de transposição, Dilma afirmou: "Vivemos numa denocracia e isso é normal". Na avaliação da candidata, a Igreja nunca se posicionou contra a obra.

Dilma afirmou que não foi comentada durante o encontro a posição do bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que orientou os padres da cidade a pregarem na missa o voto contra ela, em razão de suposta defesa do aborto.