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Na Bahia, presidente da FIEB critica governo de Jaques Wagner

Terra

Diante das críticas contidas no pronunciamento do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), José de Freitas Mascarenhas, lido aos três principais candidatos ao governo estadual sabatinados nesta quinta-feira (19) pela entidade, o governador Jaques Wagner (PT), que ouviu críticas nos setores de infraestrutura, ambiental, educacional e de inovação, salientou aos empresários que "tudo o que ocorreu (no País) teve dedo da elite, para o bem ou para o mal".

O petista, diante das críticas dos industriais baianos, disse que no discurso lido faltou um capítulo com sugestões. "Sou contra a ideia de um iluminado que tenha solução para tudo. Prefiro uma eventual demora de uma solução negociada", afirmou. Dizendo não ter dogmas, Wagner ressaltou que é necessária a participação da iniciativa privada para a solução dos problemas na infraestrutura, como nos portos e nas rodovias. Segundo ele, "este Estado (a Bahia) é pobre".

Oposição
Participantes da mesma sabatina, os candidatos Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB) criticaram duramente a administração petista, sobretudo quando se referiam a investimentos e a arrecadação. O democrata citou como um dos exemplos a queda percentual de investimentos do BNDES no Estado, em comparação a outros Estados do Nordeste. "Em 2006, representava 40% e passou para 15% em 2009. No mesmo período, Pernambuco passou de 20% para 60%", apontou.

Souto prometeu ainda simplificar e agilizar o processo de licenciamento ambiental para os empreendimentos empresariais no Estado. "No que depender do Estado, respeitando a lei, vamos procurar desemperrar a burocracia existente para o licenciamento ambiental", colocou o democrata, que não hesitaria, disse, em propor alterações na legislação estadual para esse fim. Souto afirmou ser a favor de desenvolvimento sustentável, mas sem "radicalismos".

Geddel Vieira Lima, sobre a questão, disse que ela precisaria ser enfrentada sem viés ideológico, indicando que "esta tem que ser responsabilidade do governador". Quando expunha sua visão sobre a queda de arrecadação de ICMS, disse que criaria, na pasta da Fazenda, subsecretarias de arrecadação e tesouro, o que, segundo ele, tornaria mais eficiente a arrecadação e o controle orçamentário.

Geddel disse que a saída do PMDB do governo Wagner ocorreu pelo não cumprimento de metas, por conta da gestão. "Outro dia vi no jornal a notícia de que 400 motocicletas (da Polícia Militar) estavam paradas por falta de emplacamento e motoristas. É falta de gestão", disse o peemedebista. Ele ainda disse que não é verdade o anúncio do governo sobre a recuperação de quatro mil quilômetros de estradas. "Na prestação de contas, diz que foram dois mil", comentou Geddel. Para Wagner, o opositor deveria estar citando dados de quando ainda estava no governo.

Crack
Outro ponto de polêmica entre Wagner e Geddel foi a questão do combate ao crack. Geddel afirmou que o governador não poderia desconsiderar a via do tratamento médico, ao falar que, para os usuários, resta apenas "cadeia ou cemitério". O petista respondeu que não gosta de fazer política com piadas e defende "tratamento de choque" contra a droga. "Não posso dizer que entrem (no crack) porque depois vai ter tratamento. Vou dizer 'não entre' porque o caminho é quase sem volta", comentou Wagner.
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