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Notícias / Gastronomia

Cacalo integra família de longas tradições gastronômicas em MT

Da Redação - Thalita Araújo

Se dom é algo genético, não se explica. O que se vê, no entanto, é que muitos filhos acabam herdando, de alguma maneira, habilidades de seus pais, muitas vezes originando famílias inteiras que se destacam na atuação em uma área específica. Esse é um contexto que José Carlos Biancardini Jorge, o Cacalo, conhece bem.

Dono da Cacalo Peixaria, que trabalha com os sabores dos peixes pantaneiros desde o ano de 1984 em Cuiabá, o chef de cozinha tem nas paredes de seu recém-reformado restaurantes recortes de jornais que contam histórias desde a época em que “Cuyabá” se escrevia assim, com “y”.

Em meados da década de 20, o maior hotel de Mato Grosso era o Esplanada, de propriedade do conhecido Chico Jorge, filho de libaneses e avô de Cacalo. O estabelecimento ficava ali no entorno da Praça da República, onde hoje fica a loja Riachuelo.

Filho de Chico, Douglas Jorge casou-se com Catarina Biancardini, de descendência francesa, e os dois tiveram alguns estabelecimentos de gastronomia pela cidade. José Carlos, Roberto, Heloísa e João Batista, filhos do casal, todos seguiram os trilhos da boa mesa.

Cacalo, antes de abrir sua peixaria em Cuiabá, teve a Drogstore Chopperia em Brasília, na década de 70, no centro comercial Gilberto Salomão. Nos anos de 1960 e também 70, Terezinha Vieira e Elza Biancardini fizeram muito sucesso ofertando serviços de Buffet na capital.

Na década de 80, João Batista, conhecido por “Tiste”, também teve seus dias com o “Frango Atropelado”. O restaurante Regionalíssimo, também na capital, é de um primo de Cacalo, Jean Biancardini.

Mas, é em Chapada dos Guimarães que a família tem atualmente seu maior poderio gastronômico. O restaurante Morro dos Ventos, um dos mais tradicionais da cidade turística, é de propriedade de Roberto, irmão de Cacalo.

Já o Bistrô da Mata é de Leonardo, filho de Roberto. Outro filho gerencia a churrascaria Boi Baguá, também por perto. E, ainda há o restaurante Xá Ica, de culinária árabe, onde Heloísa, também irmã de Cacalo, resgata um pouco da cultura gastronômica dos avós.
Se não for dom, pode-se chamar de paixão a relação da família com a mesa. Cacalo tem duas filhas, uma advogada e outra médica. Nenhuma das duas na cozinha, só para comer. Para dar continuidade à tradição, os filhos de Roberto parece terem “pegado gosto” pela coisa. Gosto e sabor... Afinal, tradição é tradição.
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