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Dilma diz ter "compromisso com a liberdade de expressão"

Terra

A candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, disse, nesta quinta-feira (19), durante o 8º Congresso da Associação Brasileira de Jornais (ANJ), que fez "um esforço" para estar presente e "esclarecer confusões", afirmando ter "compromisso com a liberdade de expressão". A declaração ocorre um mês e meio após seu primeiro programa de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) propor "medidas (...) para combater o monopólio (sic) dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento. Para isso, deve-se levar em conta as resoluções aprovadas pela 1ª. Confecom (Conferência Nacional de Comunicação)". As propostas da conferência incluíam meios de controle sobre a imprensa. Alegando engano, o PT substituiu o documento, rubricado pela candidata.

Logo no início de seu discurso, Dilma afirmou considerar fundamental a "liberdade de acesso à informação", ressaltando ser de "uma geração que conhece (...) a força da mordaça, por ter vivido sob a ditadura (militar)" e que prefere "milhões de vezes a crítica ao silêncio da censura".

Ela também citou trechos de Declaração de Chualpetec, criada na Conferência Hemisférica sobre liberdade de Expressão realizada em Chapultepec, na cidade do México, em 11 de março de 1994. O primeiro ponto citado pela petista diz que "não há pessoas nem sociedades livres sem liberdade de expressão e de imprensa. O exercício dessa não é uma concessão das autoridades, é um direito inalienável do povo", o segudo afirma que "a credibilidade da imprensa está ligada ao compromisso com a verdade, à busca de precisão, imparcialidade e equidade".

A candidata elogiou a internet como "uma nova praça grega", onde "as diferentes opiniões se misturam", mas passou boa parte do tempo elogiando o governo Lula, em especial, a ultrapassagem do PIB brasileiro sobre o da Espanha, em vez de falar de imprensa.

Questionada sobre a declaração do advesário José Serra - poucas horas antes, no mesmo evento -, de que o PT procura cercear a liberdade de imprensa através de propostas criadas justamente em conferências como a Confecom, Dilma creditou sua resposta a "um ribeirinho da Amazônia", que disse a ela certa vez que "conferências são pra conferir". Afirmou também que "não se deve temer os movimentos sociais, mas ouvir (suas propostas), concordando ou não" e que elas não seriam necessariamente adotadas.

A candidata não respondeu, porém, sobre o aproveitamento das propostas de lei formuladas nas conferências e enviadas para o Congresso, nem sobre a participação efetiva do PT nos movimentos e entidades que as integraram.

Em seu discurso, Serra havia negado a versão do PT de que o programa de governo original de Dilma foi um "engano", como alegado. "Ela rubricou (...), o que significa um endosso", afirmou o tucano.

A candidata do PV, Marina Silva, deve participar do congresso nesta sexta-feira (20).
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