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Dutra: se necessário, Dilma cortaria gastos no 1º ano de governo

Reuters

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, pode cortar gastos do governo para cumprir as metas fiscais se for eleita em outubro, disse nesta sexta-feira (20) o presidente da legenda, José Eduardo Dutra. Diante da pergunta se ela poderia fazer cortes no orçamento, ele respondeu: "se for necessário, sim".

Quando questionado se haveria um tabu sobre a adoção de medidas de austeridade no primeiro ano de governo para atingir metas de superávit primário, José Eduardo Dutra foi categórico. "O governo Lula fez isso no primeiro ano e o governo Dilma também vai fazer", disse Dutra. "Disciplina fiscal não é só uma propaganda eleitoral. É um princípio que será mantido."

A disciplina fiscal foi afrouxada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a adoção de medidas de combate à crise financeira global em 2008. O último dado disponível mostrou um superávit primário do setor público equivalente a 2,07 por cento do Produto Interno Bruto nos 12 meses encerrados em junho. A meta para 2010 é um superávit de 3,3 por cento do PIB.

Dutra não descartou a possibilidade de um governo Dilma taxar exportações sobre minérios como meio de fornecer incentivos para indústrias de bens manufaturados. Mas insistiu que isso ocorreria apenas após prévia consulta ao setor e não por decreto."Há casos nos quais a taxação pode gerar efeitos e casos onde não", disse Dutra.

Um governo Dilma também pressionaria a gigante estatal Petrobras a aumentar a proporção de equipamentos e serviços comprados localmente, acrescentou Dutra. "É a política deste governo e será a do próximo, já que é possível fabricar tudo no Brasil", disse referindo-se aos equipamentos da Petrobras.

Críticos afirmam que essa política inflaciona os custos e atrapalha a competitividade. Em algumas áreas, 60 por cento dos contratos dessas compras são preenchidos por fornecedores locais.
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