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Notícias / Brasil

Frequentadores antigos viram personagens em Barretos

Globo Esporte

Por onde você anda no Parque do Peão em Barretos, todos conhecem o Pedro da Santa, o Tatá da Gaita, o Gordinho do Boi e o Cowboy do Assobio. Frequentadores antigos da Festa do Peão, eles viraram personagens e ajudam a fazer a alegria do evento. Seja para pagar uma promessa ou apenas para rever os amigos, cada um tem motivos diferentes para voltar ano após ano.

Pedro Geraldo Arneiro Ribeiro, de 48 anos, mais conhecido como Pedro da Santa, leva há mais de 20 anos a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira dos peões, para diversos rodeios pelo Brasil. Ele entra durante as aberturas para que os competidores possam pedir a proteção antes de subir no touro. Tudo começou com uma promessa por causa de uma doença da mãe e virou, como ele mesmo diz, “um jeito de viver”.


Pedro da Santa leva imagem para que peões
peçam proteção antes de subir no touro
(Foto: Luciana Bonadio/G1)“Eu não tive profissão e não tenho estudo. Isso é um modo de sobrevivência”, conta Pedro, que é morador de Aparecida, a 180 km da capital paulista. Ele vai até as cidades por conta própria. “Conto com a ajuda de Deus, Nossa Senhora e dos amigos”, afirma. Pedro diz que compra lembranças com o que ganha durante as competições, para distribuir no próximo rodeio. Com uma mala a tiracolo, ele circula pelo Parque do Peão entregando terços e fitinhas da padroeira a pessoas que conhece.

Morador de Londrina, José Nascimento Costa, de 56 anos, o Tatá da Gaita, frequenta a festa de Barretos desde 1974. Ele diz que, agora, retorna ao evento só para rever os amigos. “Meu trabalho já está bem divulgado. Eu venho aqui mais para rever os amigos. Tiro esses dias como se fossem férias”, afirma. Em 2008 e 2009, um câncer impediu que ele estivesse na festa. Tatá conta que muitos sentiram sua falta. “Recebi mais de 500 e-mails perguntado o que tinha acontecido”, lembra.

São Paulo vai a Barretos
Olinto dos Reis Costa, de 49 anos, chegou a Barretos com um boi que ele diz ter o maior chifre do Brasil – são 2,20 metros, de uma ponta a outra. Há 30 anos, o Gordinho do Boi leva à festa animais que servem de atração. E o mais curioso é que esses bichos não saem do interior de São Paulo. “Crio meus bois em Interlagos, a 31 km da Praça da Sé”, afirma.

E nem dá para dizer que essa predileção pelo campo vem de raízes no interior. “Não, nasci em Santo Amaro”, conta. “Mas eu sou sertanejo, gosto de música de raiz, sou um homem do campo”, afirma. Esse ano, ele levou a Barretos dois bois, duas mulas e um cavalo.

José Araújo tem a mesma idade da festa de Barretos, 55 anos. Os frequentadores podem reconhece-lo facilmente por sua marca registrada: ele está sempre assobiando músicas que ficaram famosas em filmes americanos. O Cowboy do Assobio vai a Barretos há sete anos e diz que só se arrepende de não ter começado a ir antes. “Rodeio é paixão, emoção e música”, conta. Ele deixa a família em Trindade, em Goiás, e transforma o carro em uma casa para passar todos os dias da festa. Araújo é convidado para eventos que acontecem paralelamente às competições.
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