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Empate sem gols reflete problemas de São Paulo e Vasco no Morumbi

GLOBOESPORTE.COM

O São Paulo até que queria fazer um gol. Mas não conseguia acertar o pé. O Vasco não queria levar gols. Conseguiu o objetivo. O resultado não poderia ser outro: 0 a 0, na noite desta quarta-feira, no Morumbi, pelo Brasileiro. Sérgio Baresi, técnico interino do Tricolor, agora tem o futuro nas mãos da diretoria. PC Gusmão viu sua equipe se contentar apenas em segurar o dono da casa, sem ambição, e sentindo falta do poder criativo de Carlos Alberto.

Com o resultado, o anfitrião ficou com a 15ª posição, com 18 pontos, e está próximo da zona de rebaixamento, mas não corre o risco de ficar entre os quatro últimos nesta rodada. O visitante está em nono, com 22 pontos, mas pode perder posições nesta quinta. Na próxima rodada, o time carioca recebe o Cruzeiro em São Januário, no sábado. No dia seguinte, o Tricolor enfrenta o líder Fluminense, no Rio.

Tricolor sem mira, e Vasco sem fome de gols

Após a derrota pesada por 3 a 0 para o rival Corinthians, Baresi apareceu com um time diferente contra o Vasco: sacou Fernandão, Cleber Santana e Marlos. E colocou Fernandinho, Richarlyson e Marcelinho. Este último, vindo da base, não se intimidou e fez exatamente o que o treinador queria: partiu para cima da defesa adversária com velocidade e habilidade. Fernandinho ficou mais aberto pela esquerda, e Ricardo Oliveira centralizado. O Cruzmaltino manteve a formação do clássico contra o Fluminense, com Felipe pela lateral esquerda e Nilton reforçando a zaga, que se armava com três quando os cariocas não tinham a bola. Allan ficou com a vaga de Carlos Alberto, suspenso.

O dono da casa começou a partida melhor. Mais agressivo, principalmente pelos pés de Marcelinho. Logo aos três minutos, ele se livrou da marcação e passou para Ricardo Oliveira, que chutou cara a cara com Fernando Prass. O goleiro fez excelente defesa. Mas, apesar de incomodar da defesa do Vasco com mais frequência, o Tricolor tinha dificuldades na conclusão.

O Vasco demorou a aparecer na área são-paulina. E quando o fez, aos 23 minutos, o lance não valeu. O lance só valeu pela bela jogada de Felipe, que passou com categoria por Rodrigo Souto e tocou para Zé Roberto na área, mas este já estava em posição irregular. Aos 26, Fernandinho se irritou com uma chance desperdiçada e chutou a bandeirinha de escanteio, tirando a mesma do lugar. Como um aluno desobediente, foi obrigado pelo árbitro Carlos Eugênio Simon a consertar o objeto (assista ao vídeo).

Ricardo Oliveira perdeu sua segunda chance na partida aos 28, quando Marcelinho, na corrida, tocou para ele na frente. Sozinho diante de Prass, mais uma vez chutou em cima do goleiro, que tirou o perigo de perto do gol vascaíno. Aos 31, mais uma vez o camisa 99 encontrou a bola na pequena área, mas antes que conseguisse ajeitar para concluir, viu o zagueiro Fernando roubá-la.

O Vasco se arriscou mais nos minutos finais do primeiro tempo. Aos 39, Fagner cobrou escanteio pela direita, e Fernando tentou cabecear para o gol. Conseguiu, mas a bola só não entrou porque Miranda, na pequena área, chutou para cima. O São Paulo respondeu em uma cobrança de falta de Jean, da intermediária. A bola fez curva e tocou o travessão de Prass, acima do ângulo esquerdo do goleiro. Que susto para os vascaínos! O Tricolor pressionou até o fim do primeiro tempo, e Jean arriscou mais um chute de longe, que passou à esquerda do gol de Prass. Mas o intervalo começou com o 0 a 0 no placar.

Mais do mesmo, e placar sem gols


Ricardo Oliveira não teve o segundo tempo para tentar marcar o gol que tanto procurou na primeira etapa. O atacante sentiu dores no joelho e deixou o time no intervalo, para a entrada de Fernandão. Baresi também fez outra alteração: colocou Carlinhos Paraíba na vaga de Casemiro, com o objetivo de equilibrar mais o meio-campo.

Fernandão apareceu logo no primeiro minuto, pedindo falta de Fernando na área. Mas Simon não se deixou levar. Fernandinho seguia mais aberto pela esquerda, enquanto o camisa 9 aparecia centralizado. Marcelinho, com velocidade, recebeu uma bola de Fernandinho aos 10, correu pela esquerda e tentou o chute, mas a bola passou por cima do gol de Prass. Parecia que o primeiro tempo se repetiria, com o São Paulo atacando e o Vasco se defendendo.

Aos 17, o time carioca apareceu com perigo pela primeira vez na área são-paulino na etapa final. Fagner tentou cruzar rasteiro para Fumagalli na frente do gol, mas este não conseguiu dominar a bola.

Cansado de ver Fernandinho correr, mas não chegar ao gol, Baresi colocou Dagoberto em campo. O atacante não jogava pelo São Paulo desde a segunda partida das semifinais da Libertadores e chegou a falar publicamente que estava sendo injustiçado dentro do clube com comentários negativos. Ele voltou a ser relacionado somente neste jogo contra o Vasco.

Éder Luis tentou chegar à área são-paulina pela direita aos 27, mas Miranda, com uma categoria que não se via há algum tempo, desarmou o atacante. No minuto seguinte Jean arrancou pela direita e arriscou o chute da entrada da área, jogando a bola longe do gol e sem ver que Dagoberto entrava livre. A torcida reclamou.

Tentando provar que o banco não é o seu lugar, Dagoberto dançou diante de Fagner e passou pelo vascaíno em direção ao gol, mas o passe para Marcelinho não foi bom. Mesmo assim, o camisa 25 não sossegava. Arriscou o lançamento para Fernandão, mas Dedé se antecipou. Aos 32, o mesmo Dagoberto arrancou pela esquerda, cortou pelo meio e caiu na entrada da área, mas Simon não entendeu que houve a falta. Mais uma vez, a torcida chiou. Mas, aos 33, Fernandão caiu no mesmo lugar e o árbitro apontou a infração. Ceni apareceu para cobrar. Mas quem chutou, por cima do gol, foi Paraíba.

Marcelinho tabelou com Fernandão, aos 41, e chutou para o gol, mas Prass não deixou que a bola entrasse. Nos minutos finais, a pressão era ainda mais são-paulina. O Vasco, todo no seu campo de defesa, se segurava como podia. E conseguiu deixar o Morumbi com um ponto conquistado fora de casa. Sem a vitória tão importante para sua sequência, Baresi deixou o gramado sem saber do próprio futuro.
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