A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, classificou como “casuísmo” as críticas sobre uma possível vitória no primeiro turno das eleições. Respondendo a declarações feitas pela candidata do PV, Marina Silva, Dilma afirmou que “o voto só se decide na urna”.

- Acho estranha a declaração da Marina. Se fosse assim, porque existiria primeiro turno e segundo turno? Não podemos ser casuístas. Isso é uma fala que faz uma avaliação antecipada das eleições.

Mais cedo, Marina disse que as eleições presidenciais ainda podem ser levadas para o segundo turno.

- Se tem alguns que acham que já ganharam antes do tempo ou que perderam antes do tempo, eu estou dizendo ao povo brasileiro que nós podemos levar esse jogo da democracia para o segundo tempo. Quem ganha uma eleição em dois turnos estará duplamente respaldado.

Dilma Rousseff aproveitou para dizer que a eleição não está garantida, mesmo com os resultados apontados pelas últimas pesquisas que indicam uma vitória logo no primeiro turno.

- Seria uma pretensão subir no salto alto e falar que vou ganhar. Trabalhamos com a possibilidade de primeiro e segundo turnos. As pessoas que concorrem conosco têm de ser respeitadas.

A candidata do PT, contudo, já fala como vitoriosa. Questionada se abriria espaço para os adversários em um possível governo, Dilma foi categórica.

- Depois da eleição, a coisa muda de figura. A gente desarma o palanque e estende a mão para pessoas que forem de boa vontade. Um governo ou é para todos ou não é republicano. Não sou de fazer política apenas para aliados, como já tivemos casos no Brasil. República Velha é condicionar o recurso público ao apoio das pessoas.

Quando perguntada se o tucano José Serra poderia ser uma dessas pessoas, Dilma completou afirmando que “estenderia a mão perfeitamente. O conceito é esse: aberta, eu estou”.

Dilma também afirmou que, caso seja comprovada a teoria de que haveria um balcão de compra e venda de informações sigilosas na Receita Federal, os envolvidos têm de ser punidos.

- Acho que em qualquer esfera pode ocorrer casos de corrupção. Tudo leva a crer nisso. É por isso que temos de apostar no fortalecimento das instituições. O ex-ministro Marcio Thomaz Bastos dizia que a gente nunca pode apostar na virtude das pessoas porque elas falham. Temos de apostar na virtude das instituições.