Com um gasto de R$ 55 milhões por ano para tratar doenças relacionadas ao tabaco, a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do estado do Rio de Janeiro, pediu ajuda aos 92 municípios fluminenses para uma cruzada contra o fumo. Os profissionais de saúde estão sendo capacitados para conscientizar os fumantes a deixar o vício, enquanto a vigilância sanitária de cada município intensifica a fiscalização em bares e restaurantes para que cumpram a Lei 5.517/09, que proíbe o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos e cachimbos em locais de uso coletivo públicos e privados no estado do Rio.

A legislação entrou em vigor em novembro, mas segundo a coordenadora do programa Rio Sem Fumo, Sabrina Presman, ainda não foram consolidados os números que podem mostrar a eficácia ou não da norma. Na sexta-feira (27), porém, foi divulgado um estudo elaborado pela Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, que aponta uma queda pela metade da concentração de monóxido de carbono em bares, restaurantes e casas noturnas depois da implantação da lei no Rio de Janeiro.

“Nossa comemoração neste Dia Nacional de Combate ao Fumo [29] é a diminuição da prevalência do cigarro e, consequentemente, de fumantes no estado, como fruto das medidas de controle do tabagismo que vêm sendo implementadas. Já podemos dizer que houve um aumento de pessoas nas unidades de saúde buscando ajuda e tratamento para deixar de fumar e isso é muito positivo”.

Segundo a coordenadora, o programa tem uma pesquisa que mostra que 80% dos fumantes dizem que querem largar o cigarro, mas que não conseguem. “Por isso é importante a ajuda de um profissional de saúde capacitado”, afirmou Presman.

Para o presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro, Pedro de Lamare, os cerca de 2,2 mil estabelecimentos filiados ao SindiRio já se adaptaram à nova legislação e confiam que os frequentadores vão voltar quando saem do estabelecimento para fumar na rua. Segundo ele, esse hábito já está se firmando no Rio. “É muito comum os frequentadores levantarem da mesa para ir fumar na calçada e depois voltar para continuar consumindo no bar.”

“No início fomos contrários à legislação estadual, porque entendemos que a lei federal é superior, mas agora estamos de acordo e nossa orientação para os associados é que façam um trabalho de conscientização com seus clientes para não afugentá-los, até porque se a fiscalização pegar alguém fumando no bar ou restaurante, quem paga a multa, que varia de R$ 3 mil a R$ 30 mil, é o dono do estabelecimento”, explicou de Lamare.