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Notícias / Ciência & Saúde

Brasil tem 3º maior banco de medula do mundo, mas precisa de doadores

G1

O Brasil tem um dos maiores bancos de doadores de medula óssea do mundo. Só perde para Estados Unidos e Alemanha. Mesmo assim, precisa de muito mais gente disposta a fazer doações.

O publicitário Gabriel Gonçalves doa sangue há muito tempo. Mas o que ele está fazendo hoje é diferente. Uma pequena quantidade do sangue será analisada, arquivada e quando houver necessidade vai mostrar que ele é a pessoa certa para doar medula óssea para alguém compatível.

"Quero ajudar o próximo. Já sou doador de sangue. Vou fazer o cadastro agora e ver se posso ajudar ainda mais", diz o publicitário.

Foi o que aconteceu com Mirna Ayumi, que sofria de leucemia. "Eu estava bem fraca. Não podia ir na escola, nem sair, porque a imunidade é baixa.Era bem difícil", conta Mirna.

Há quatro anos ela fez um transplante de medula óssea e está curada. A medula fica dentro dos ossos. É como uma fábrica de células que vão formar o sangue. A retirada pode ser feita de duas maneiras. A primeira é usar uma agulha e seringa, fazendo punções na região da bacia.

"É um procedimento rápido. A pessoa doa medula e depois de 24 horas tem alta", diz Carmem Vergueiro, da Associação de Medula Óssea de São Paulo.


Outra forma de fazer a doação é o doador tomar medicamentos por cinco dias para separar as células específicas que vão cair na corrente sanguinea. O doador vai para uma máquina por cerca de 4 horas. O sangue é retirado e filtrado, num processo semelhante à hemodiálise.

Em apenas 5 anos o Brasil se tornou o terceiro país com maior número de doadores de medula óssea, abaixo somente dos Estados Unidos e da Alemanha. Hoje o cadastro de doadores soma 1,750 milhão de pessoas.

O crescimento do número de doadores tem ajudado a salvar a vida de muitos brasileiros. Mas uma das características do nosso povo faz com que a necessidade de doadores seja ainda maior. É a nossa mistura de etnias.

"Nós temos uma composição étnica muito grande. Isso significa que a nossa capacidade de encontrar doador nos sistemas internacionais é menor. Precisamos de um banco nosso para facilitar o acesso de nossos pacientes", diz Luiz Antônio Santini, diretor-geral do Inca.

Pacientes prontos para serem operados estão hoje na fila de espera por um doador compatível. Em alguns estados, pelas características étnicas raras da população, a dificuldade de encontrar doadores é maior. A média brasileira é de um caso de compatibilidade para cada 100 mil doadores. Quando um doador não é encontrado no Brasil a busca vai para o exterior e a compatibilidade cai muito: um caso para cada um milhão de doadores.

"Aquele paciente vai depender da sua doação. É a chance de cura dele. É muito importante que o doador compreenda que isso não pode ser passado para outro. Só ele pode ajudar", explica o advogado Fabiano Nakamoto.

Fabiano fez isso com Mirna e fala sobre a emoção que sentiu:

"Fico muito contente em saber que ela está viva e tem a vida inteira pela frente", diz Fabiano.

Mirna também se emociona:

"Conhecer a pessoa que doou a medula para mim, que salvou minha vida. Considero ele como um irmão. Não sei nem o que falar. Só agradecer.
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