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Se eleita, Dilma promete discutir com centrais valor do mínimo de 2011

G1

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (31) que, caso seja eleita, pretende debater com as centrais sindicais o valor do salário mínimo para 2011.

O governo encaminhou na manhã desta terça (31) ao Congresso a proposta de Orçamento para o próximo ano, prevendo um salário mínimo de R$ 538,15. Para Dilma, essa proposta é apenas “de referência”.

“Acho que eles (o governo) deram uma proposta de referência. Agora, nós vamos ter de sentar e fazer o mesmo processo que o governo Lula fez com as centrais. Caso seja eleita, eu farei isso, ou seja, vou discutir com as centrais uma proposta de longo prazo, que a gente considera no período do governo, de 2011 a 2014, para um critério de reajuste”, afirmou a petista.

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Projeto de orçamento prevê mínimo de R$ 538,15 em 2011, diz Bernardo LDO deixa em aberto política de aumento real do salário mínimo Ela destacou que a base para a discussão é o mecanismo atual em que o salário mínimo é reajustado a partir da inflação do ano anterior mais o percentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Ela disse que, se eleita presidente, manterá a política de aumentos reais para o salário mínimo.

A candidata não quis fixar um valor para o salário mínimo no final de seu governo. Questionada se o mínimo poderia chegar a R$ 1 mil em 2014, Dilma respondeu: “Não faço esse tipo de conta assim, sem os dados, as projeções de PIB, como é que funciona, é uma leviandade falar”.

A petista defendeu também a realização de concursos públicos. “Eu defendo o estado meritocrático e profissional e não vai ser isso sem se capacitar com técnicos e pela lei tem que ser concurso público”.

Ela defendeu também o reajuste de salário para algumas categorias de servidores públicos, como a de engenheiros. “Não é possível remunerar um engenheiro no Brasil entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil. Assim você não mantém engenheiro, não garante estabilidade do seu quadro técnico”.

Dilma voltou a criticar propostas de ajuste fiscal e afirmou que não fará cortes lineares, mas “controle de gastos”. Ela citou números da economia para dizer que o país não está mais na mesma situação de 2002, quando o presidente Lula foi eleito. “Os que defendem ajuste fiscal estão querendo dizer que 2002 ainda continua, mas não existe 2002 mais. Nós temos a inflação sobre controle, temos R$ 260 bilhões de reservas e uma trajetória descendente da dívida em relação ao PIB. Não se precisa de ajuste fiscal”.

A candidata também rejeitou a ideia de propor uma reforma da Previdência Social no seu governo. Segundo ela, será necessário fazer apenas “ajustes”. A candidata afirmou que fazer reforma nesta área acaba sendo negativo porque as pessoas correm para se aposentar e fugir das novas regras. Ela afirmou que no seu eventual governo as prioridades serão as reformas tributária e política.

Dilma se reuniu nesta terça-feira com o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga. Segundo a candidata, os principais temas debatidos foram a capacitação profissional e a necessidade de políticas para inovação. Dilma reafirmou a intenção de fazer um programa nos moldes do Prouni para dar bolsas em escolas de capacitação.

Proposta de salário mínimo

A proposta de orçamento federal para o ano de 2011, entregue nesta terça-feira pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao presidente do Congresso Nacional, José Sarney, prevê um salário mínimo de R$ 538,15 a partir de janeiro do ano que vem, com pagamento em fevereiro.

Atualmente, o salário mínimo está em R$ 510. Segundo o ministro Paulo Bernardo, a correção do salário mínimo, em 2011, se dará pela inflação e pelo crescimento do PIB. Entretanto, explicou que, como o PIB não cresceu em 2009, o governo dará a correção apenas pela taxa inflacionária.

Eleições em SP e Minas

A candidata do PT também minimizou a possibilidade de decidir as eleições em favor de aliados em São Paulo e Minas Gerais. Enquanto em São Paulo Aloízio Mercadante (PT) está em segundo lugar e começa a subir nas pesquisas, em Minas Gerais o peemedebista Hélio Costa (PMDB) está em trajetória descendente nos levantamentos. Dilma afirmou que vai se dedicar aos dois estados, mas minimizou sua força para eleger os aliados.

“Eu sou mais modesta, eu não acho que resolvo problema. Eleição é uma coisa que tem suas características, cada estado tem as suas características. Não tenho a pretensão de resolver a situação eleitoral em lugar nenhum. Agora, eu tenho a pretensão de fazer campanha, de ajudar aqueles que são meus parceiros. Sem achar que estou querendo resolver o problema porque eu não acho que eu tenho esse poder, eu vou me empenhar tanto na eleição de São Paulo quanto na de Minas, mas não vou me descuidar de outros estados”, afirmou a petista.
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