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PT sabia que "ação criminosa" iria vazar, diz Serra

Terra

O candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, afirmou após encontro com sindicalistas nesta quarta-feira (1) realizado no Clube Hons, em São Paulo, que, no caso da suposta quebra do sigilo do Imposto de Renda de sua filha, Verônica Serra, constituíram-se dois crimes. "Primeiro, crime contra a constituição, que é quebrar sigilo. Segundo, um crime de falsidade, inclusive, foram montados documentos forjados como se ela tivesse assinado. É um duplo crime e eles fizeram isso porque sabiam que o vazamento da ação criminosa iria acontecer", afirmou o tucano.

Questionado pelos jornalistas sobre quem seriam "eles", o candidato tucano foi categórico. "Eles, o PT. Eles, a candidatura da Dilma". Sobre o impacto eleitoral que esse episódio pode vir a alcançar nas urnas, Serra respondeu não estar preocupado com isso. "Estou preocupado é com o Brasil, utilizando, para esse jogo sujo, o aparato do governo para fins eleitorais da pior maneira. É uma preocupação do que prevalece hoje e o que prevaleceria se esse pessoal viesse a ganhar", afirmou.

O tucano não poupou criticas ao partido de sua principal adversária nas eleições, Dilma Rousseff. "O PT sempre faz assim: eles aprontam e depois sempre vem com uma outra versão, uma versão fantasiosa. Aí não tem dois lados. Aí tem o lado da verdade e o lado da calúnia. Da fraude, do crime que está sendo cometido contra a Constituição".

Serra afirmou que tomará providências jurídicas quanto ao caso. De acordo com o candidato, ele ainda não está fazendo acusações. "Eu estou apenas dizendo aqui o que aconteceu com minha filha" afirmou, voltando a comparar a suposta quebra de sigilo de Verônica Serra com o caso Collor em 89, quando a campanha de Fernando Collor utilizou uma filha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva para ganhar as eleições.

Entenda o caso
O caso veio à tona por meio de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada na noite de terça-feira (31), apontando que documentos da investigação da Corregedoria da Receita Federal revelaram o acesso de dados fiscais da empresária Verônica Serra, filha do presidenciável tucano. O acesso teria sido feito pela funcionária Lúcia de Fátima Gonçalves Milan, que trabalha na agência da Receita, em Santo André (SP), no dia 30 de setembro de 2009.

Na procuração citada pelo órgão consta a assinatura que seria da filha do candidato tucano feita no dia 29 de setembro de 2009. O portador Antonio Carlos Atella Ferreira teria, segundo a documentação em poder da Receita, reconhecido firma no dia 30 de setembro, no mesmo dia em que retirou as cópias no órgão. Para a Receita , no entanto, a apresentação da procuração descaracteriza a quebra de sigilo.

Nesta quarta-feira (1), o 16º Tabelião de Notas de São Paulo afirmou que "o reconhecimento de firma é falso" na procuração supostamente assinada pela filha do candidato José Serra. Verônica também negou que tenha assinado tal documento.
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