O aluno Júlio César de Oliveira, campeão de atletismo nas olimpíadas escolares do Rio , que chegou a ser proibido de participar das provas por conta de notas baixas, disputará, na próxima sexta-feira (10), a etapa nacional da competição, em Fortaleza (CE).

Órfão de pai, Jélio César recorreu ao esporte quando pequeno e se tornou campeão na corrida com barreiras.

Mas, nos estudos, era um tropeço atrás do outro. O veto da participação dele na etapa nacional das olimpíadas partiu da professora, da Escola municipal Nicarágua . Inconformada, a avó de Jélio César insistiu na participação do neto na competição.

No dia 30 de julho, a Secretaria de Educação voltou atrás e liberou a presença do aluno na disputa. A condição, porém, era ele se dedicar mais aos estudos.

Júlio César, então, começou uma nova corrida: pelos livros. O resultado já aparece nas notas. Ele terminou o primeiro semestre com nota 3,4 em Geografia e 5 em Matemática. Numa outra avaliação, também de Matemática, aplicada em agosto, ele conseguiu nota 9,3.

“Agora o Júlio está bem assíduo, ele tem vindo às aulas e isso é fundamental”, disse a professora Vanessa de Oliveira.

“Este ano ele está sendo um fênix, ele está ressurgindo das cinzas”, ressaltou a avó, Marina Oliveira.

Júlio César quer ser professor de Educação Física. “Tem que aprender a dividir o tempo, tem que estudar e treinar ao mesmo tempo”, afirmou ela.

Liberação condicional
Na época, a secretaria de educação informou que Júlio César seria liberado desde que o responsável pelo aluno e o treinador dele assinassem um termo de compromisso garantindo que o aluno ia melhorar seu desempenho escolar e frequentar as aulas.

A secretaria informou também que ofereceria ao aluno um trabalho de reforço específico na escola.

Em uma enquete feita pelo RJTV no G1, respondida por mais de 3,2 mil pessoas, 61% dos internautas opinaram que alunos com notas baixas devem ser afastados de competições esportivas. Já 39% dos internautas votaram que os alunos com baixo rendimento não devem ser prejudicados.