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EUA fecham acordo com Israel para cortar suprimento de armas do Hamas

Folha Online

Em um de seus últimos dias como secretária de Estado americana, Condoleezza Rice assinou nesta sexta-feira, com a chanceler Tzipi Livni, um acordo para que os Estados Unidos ajudem Israel a impedir que o grupo radical islâmico Hamas, que domina a faixa de Gaza, se rearme durante um eventual cessar-fogo na região.

Há 21 dias, o Exército israelense realiza uma grande ofensiva militar em Gaza que já matou cerca de 1.100 palestinos. Do lado israelense, foram 13 mortes. Conforme ressalta o jornal americano "The New York Times", o acordo entre os dois aliados é interpretado como uma etapa para que haja cessar-fogo em Gaza.

Pelo acordo, os EUA darão assistência técnica e pessoal para que Israel explore a rede de túneis subterrâneos que há entre Gaza e a península de Sinai. Para Israel, é por meio dos túneis que os militantes do Hamas recebem foguetes e mísseis. Não está confirmado ainda quais países cederão profissionais para atuar na missão. "Estamos fazendo o possível para acabar com isso [a ofensiva de Israel em Gaza]", disse Rice.

"Muito pode ser feito para tirar Gaza da escuridão do reino do Hamas para a luz do bom governo que a Autoridade Palestina pode fazer", afirmou Rice.

O fim do tráfico de armas para Gaza era uma das condições impostas por Israel para sua trégua com o Hamas. O problema é que, com o bloqueio de Israel nas fronteiras com Gaza, os túneis são usados não só pelo Hamas mas também por civis palestinos, para obter água, alimentos e combustíveis.

Cessar-fogo
No Cairo, as negociações pelo cessar-fogo continuam. Nesta quinta-feira (15) e nesta sexta, o principal negociador israelense, Amos Gilad, participou das discussões. Ele, no entanto, já deixou o Cairo novamente, sem que nenhum avanço tenha sido noticiado. Gilad e o ministro de Defesa de Israel, Ehud Barak, se reuniram duas vezes, nas últimas 48 horas, com Omar Suleiman, o principal negociador do Egito --Israel e o Hamas jamais negociam diretamente.

Nesta quinta-feira (15), o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo com duração de um ano --porém renovável-- que previa a retirada das tropas israelenses de Gaza no prazo de uma semana e a abertura das fronteiras do território. Israel respondeu que não queria um prazo para o cessar-fogo e que exigia que os postos fronteiriços fossem devolvidos para o secular Fatah, do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Nesta sexta-feira, Khaled Mashaal, líder do Hamas exilado na Síria, recusou a proposta e reiterou que os militantes não deixarão de atirar foguetes contra Israel enquanto o Estado mantiver o bloqueio que impõe, atualmente, a Gaza.

Mashaal pediu que os líderes árabes reunidos nesta sexta-feira em conferência em Doha apoiem suas exigências e cortem os seus laços com Israel. "Mesmo com as destruições em Gaza, não aceitaremos as condições de Israel por um cessar-fogo, uma vez que a resistência em Gaza não está derrotada", afirmou Mashaal.

De acordo com a Liga Árabe, a reunião em Doha não conseguiu obter o quórum mínimo de 15 participantes --a instituição tem, no total, 22 membros. Os ausentes integram grupo que aposta em uma reunião marcada para a semana que vem, no Kuait. "A situação árabe está caótica e isso é lamentável", afirmou o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.
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