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Em turno com G-6, Timão 'escolhe' quem leva título no duelo com o Flu

Globo Esporte

Neste fim de primeiro turno do Campeonato Brasileiro com asterisco na tabela, o Corinthians tem diante de si uma escolha entre aspas. O Timão está um ponto atrás do Fluminense (38 a 37) e pode ultrapassar o líder caso vença o jogo adiado contra o Vasco. Ninguém entra em campo para perder, mas resta ao corintiano – e também ao tricolor - supersticioso o dilema: na era dos pontos corridos (a partir de 2003), em cinco anos o vencedor da primeira metade sagrou-se campeão. No entanto, nas últimas duas edições, quem saiu na frente amargou a segunda colocação.

Curiosamente, na última vez em que Fluminense e Corinthians fizeram um primeiro turno que lhes permitiu sonhar com o título, foram rivais diretos. Em 2005, ano marcado também pelo escândalo da arbitragem, paulistas (com 42 pontos) e cariocas (com38) encabeçavam o Brasileirão. O Timão conquistou o tetracampeonato brasileiro com Tevez, Nilmar e um elenco galáctico. O Flu, por sua vez, ao contrário do ocorrido em 2009, teve sua arrancada para trás e perdeu na última rodada uma vaga para a Libertadores já dada como certa – contrariando pela primeira vez as previsões matemáticas.

Para não repetir 2005, o Tricolor conta com sua força fora de casa – é o visitante mais indigesto, com cinco vitórias. Além disso, precisará se acostumar rapidamente com seu novo lar, provavelmente o Engenhão, já que o Maracanã foi fechado para obras visando à Copa 2014. Na força da Fiel, o Timão ainda não sabe o que é perder no Pacaembu: são dez triunfos no estádio, um aproveitamento de 100%.

As particularidades da tabela de 2010 não se resumem ao jogos adiados. Com os títulos do Santos na Copa do Brasil e do Internacional na Taça Libertadores, o G-4 virou G-6, já que os dois times fecham o turno na 3ª e 4ª posições, respectivamente, e ainda devendo o jogo entre eles, adiado em virtude dos outros torneios.

Além de santistas e colorados, os canecos, por ora, fazem a festa também de cruzeirenses e botafoguenses, que completam este segundo pelotão, todos com 31 pontos. O aproveitamento da dupla, de 54,4%, está próximo da média histórica dos quartos colocados nos pontos corridos, que é de 55%, e faz sonhar.

De esperança também vivem times que conseguiram deixar a parte inferior da tabela. O Atlético-PR vem de reação após frequentar a zona do rebaixamento. De 19º colocado na nona rodada, o Furacão já figura em sétimo. O São Paulo, tão habituado aos primeiros lugares, começa a dar sinais de reação com Sérgio Baresi, que substituiu Ricardo Gomes como treinador.

Já o Ceará, que chegou a ser líder e despencou para o 11º lugar, e Avaí, que de terceiro caiu para 13º, pegaram o elevador para o sentido oposto. A queda dos cearenses é explicada em boa parte pela saída de PC Gusmão, que assumiu o Vasco no lugar de Celso Roth (hoje no Inter) e segue sem perder: são 18 jogos invicto, igualando o recorde de Muricy Ramalho pelo São Paulo em 2008.

Clubes grandes frequentam zona do rebaixamento

E no sobe e desce do elevador do Brasileirão, o Goiás se descuidou com a porta e caiu direto no poço. Da sétima posição na sétima rodada, o Esmeraldino só fez despencar, mesmo após a chegada de Jorginho, que substituiu Leão. Com isso, tirou a lanterninha da mão do Atlético-GO, fiscal da escuridão por 11 rodadas, mas em ascensão com Renê Simões, que entrou no lugar de Roberto Fernandes, contratado anteriormente para, ufa!, ocupar a vaga de Geninho, o primeiro demitido.

Postura diferente tem tido até o momento o Atlético-MG. Considerado um dos favoritos antes do início do Brasileirão, o Galo segura Vanderlei Luxemburgo, rodada após rodada, em nome do projeto da diretoria, mesmo tendo vaga cativa no Z-4 por 11 rodadas. As dez últimas, de forma consecutiva.

Grêmio reage com Renato (Foto: Agência Estado)Ao contrário dos mineiros, o Grêmio resolveu apostar no maior ídolo de sua história e vem se dando bem. Com Renato Gaúcho assumindo o posto de Silas, o Tricolor gaúcho finalmente deixou a zona do descenso. É bem verdade que ainda falta ao time uma vitória fora de casa, já que é o único que ainda não levou a melhor longe dos seus domínios. Desde que o Campeonato Brasileiro passou a rebaixar quatro clubes, em 2004, a média histórica do último degolado é de 37,52%, e o time tem, atualmente, 35,1% de aproveitamento. Preocupa.

Em mais um asterisco, o Grêmio Prudente também aparece em penúltimo lugar devido aos três pontos perdidos por ter escalado o zagueiro Paulão irregularmente contra o Flamengo.

Protagonista da última edição, quando ergueu a taça de hexa brasileiro, o Flamengo luta contra a falta de gols. Se tem a melhor defesa, o Rubro-Negro tem o pior ataque do Brasileirão, com apenas 14 gols marcados. As chegadas de Silas para o lugar de Rogério Lourenço, e de Deivid e Diogo para fortalecer o ataque que, depois das saídas de Adriano e Vágner Love conta com Leandro Amaral, Val Baiano e Borja, ainda não surtiram o efeito desejado. O clube está apenas em 14º.

E o fato não chega a ser novidade para o atual campeão, que em 2004, 2005 e 2006 também terminou o primeiro turno com o pé fora da forma. Porém, apesar de começar a flertar com o Z-4, somente o América-RN, em 2007, foi rebaixado por performance semelhante. Ter o melhor ataque, no entanto, já fez o campeão em três oportunidades. Neste caso brilha o Corinthians, com seus 34 gols e o artilheiro da competição Bruno César, com nove gols, ao lado de Elias, do Atlético-GO.

Quando o quesito é defesa, o Goiás deveria começar a se preocupar. Cinco clubes com zagas mais vazadas na primeira metade da competição foram parar na Série B. Título com uma postura defensiva, apenas o São Paulo em 2007.

Neymar diz não ao Chelsea em janela movimentada

Se o discurso de muitos treinadores é de que o segundo turno é um novo campeonato, muito se deve a, de fato, alguns times passarem por pequenas ou grandes mudanças. A principal surpresa foi a permanência de Neymar no Santos, que tinha proposta milionária do Chelsea. O Peixe, porém, perdeu Robinho, que estava emprestado pelo Manchester City, Wesley para o Werder Bremen e André para o Dinamo de Kiev. A ausência do centroavante foi suprida por Keirrison.

A maior novela na janela de transferências foi a chegada de Deco, do mesmo time inglês, para o Fluminense, que também repatriou Belletti e o Sheik Emerson. O rival Botafogo comemorou o sonho da volta de Maicosuel. Ainda no Rio, o Vasco melhorou sua qualidade com Zé Roberto, Felipe e Éder Luis para preencher a lacuna deixada por Phillippe Coutinho, que seguiu para o Inter de Milão. Outro Mago, Valdívia, aportou no Palmeiras ao lado do técnico Felipão. Bem ao lado, o São Paulo ficou sem Cicinho e Hernanes, mas fechou com Ilsinho e Ricardo Oliveira.

Considerado um dos melhores elencos do país, o Inter perdeu Taison e Sandro, mas levou de volta ao Beira-Rio Renan, Tinga e Rafael Sobis. No Grêmio, Gabriel. Em Minas, o argentino Montillo reforçou o já forte Cruzeiro, enquanto o Atlético-MG contratou Daniel Carvalho, Edison Méndez e Réver.

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