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"Casa Civil virou centro da maracutaia", ataca Serra
Terra
Em visita à Goiânia, o candidato à presidência da República, José Serra, disse que a Casa Civil tem sido um foco de problemas no Brasil. O tucano citou o caso do "mensalão" e acrescentou as recentes denúncias publicadas na última edição da revista Veja de que a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, sucessora da candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, teria atuado para viabilizar negócios nos Correios
"No caso do mensalão, na época do José Dirceu, o centro foi a Casa Civil. Depois, esteve Dilma e deixou lá o seu braço direito, uma pessoa muito próxima. E hoje, de novo, no centro de maracutaia é a Casa Civil", afirmou Serra, que estava acompanhado pelo tucano Marconi Perillo, candidato ao governo de Goiás, e pelo senador Demóstenes Torres (DEM).
Erenice Guerra, segundo a revista, teria atuado para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de seu filho, Israel Guerra. Segundo a reportagem, Erenice teria se encontrado com o empresário Fábio Baracat, ex-sócio da MTA Linhas Aéreas, que atua com transporte de correspondências. A atual ministra nega os encontros fora de agenda oficial.
Serra afirmou também que "tudo isso não pode ser encarado de maneira superficial". Ao se referir aos recentes escândalos, o tucano também classificou como gravíssima a prisão que aconteceu no Amapá. "É uma coligação, aliás, apoiada por Dilma", atacou.
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (10) o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), durante a Operação Mãos Limpas. O governador é suspeito de participar de uma organização composta por políticos, empresários e servidores públicos, que desviariam recursos públicos do Amapá e da União. Para Serra, essas denúncias precisam ser apuradas e tem de haver punição: "e não deve haver cobertura, diversionismo ou ocultamento".
O candidato do PSDB vinha fazendo duros ataques ao comando da Receita Federal por estar, segundo ele, praticando "operação abafa" com intuito de acobertar o suposto envolvimento da candidatura petista com as quebras de sigilo de Verônica Serra, seu marido e outros tucanos.
Durante discurso, Serra proferiu uma série de críticas a sua adversária Dilma Rousseff e a comparou ao ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, apadrinhado de Paulo Maluf. "Não tenho padrinho nem patrocinador. Meu padrinho é Deus e o povo. Minha história é conhecida, eu não a tranquei no cofre. Eu não preciso que digam o que fiz ou que escondam os meus erros... sou um envolope aberto".
Serra voltou a dizer que ninguém governa na garupa e que "o Brasil deve escolher entre um candidato cujo o padrinho é o povo" ou quem é uma incógnita, não testada na vida pública. O tucano prometeu levar seis Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) e o metrô a Goiânia.