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Lula defende que DEM seja extirpado da política brasileira

Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu durante comício em Joinville na noite de segunda-feira que o Democratas, partido que fez a oposição mais dura ao seu governo, seja "extirpado" da política brasileira.

O presidente também disparou contra a família Bornhausen, que comanda a legenda no Estado e faz oposição ao seu governo em Brasília. Lula estava ao lado da candidatas do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e ao governo catarinense, Ideli Salvatti.

"Os Bornhausen não podem vir disfarçados de carneiros", disse Lula, acrescentando que "todos conhecem a história deles".

A família Bornhausen apoia, na disputada corrida pelo governo catarinense, o candidato Raimundo Colombo (DEM), atual líder nas pesquisas de intenção de voto. Ideli ocupa a terceira posição e Angela Amin (PP) está em segundo.

Os ataques de Lula ao DEM acontecem em meio às denúncias envolvendo sua ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, que sucedeu Dilma na pasta, e às críticas da oposição e do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, sobre a violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao tucano.

De acordo com as pesquisas de intenção de voto, Dilma lidera a corrida presidencial e venceria a eleição já no primeiro turno.

"Quando a direita raivosa, quando a direita com ódio, a mesma direita que articulou e levou Getúlio Vargas a dar um tiro no coração... a mesma direita que levou o João Goulart a renunciar, a mesma que disse que Juscelino não podia ganhar... Essa mesma direita tentou fazer isso comigo em 2005 e não fez", discursou Lula.

Dilma discursou antes de Lula e iniciou os ataques aos oposicionistas ao fazer comparações entre o governo atual e a gestão do antecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso, que governou entre 1995 e 2002.

"Temos que escolher qual futuro a gente quer. Se o futuro de 700 mil estudantes na universidade privada ou voltar para o passado com aqueles que hoje são nossos adversários e queriam acabar com o ProUni", disse Dilma, numa referência a declarações feitas por ela anteriormente de que o DEM entrou na Justiça contra o programa pelo qual o governo federal dá bolsas de estudo em universidades particulares.

"Lula disse que ele, como trabalhador, como metalúrgico, não tinha o direito de errar. E não errou, porque se errasse, jamais um trabalhador poderia voltar a querer ser presidente do Brasil, porque eles não deixariam", disse.

"Pois eu também não posso errar. Se errar, eles vão dizer: 'Olha, mulher está errando, mulher não pode ser presidente'", acrescentou.

Candidata petista ao governo catarinense, Ideli, também aproveitou o evento para disparar contra seus rivais na disputa estadual.

"Hoje temos dois candidatos: Arena 1 e Arena 2", disse ela ao vincular Colombo e Angela ao partido de sustentação ao regime militar, que governou o país entre 1964 e 1985.
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