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E-mail enviado a revista pelo filho de ministra foi revisado na Casa Civil

G1

O e-mail que Israel Guerra, filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, enviou na sexta-feira (10) à revista “Veja” para se defender das denúncias de que teria intermediado contratos com os Correios mediante propina foi revisado no Palácio do Planalto.

Segundo a assessoria da Casa Civil, o filho da ministra enviou o texto ao assessor da secretaria-executiva do ministério Vinícius de Oliveira Castro para que ele revisasse o conteúdo.

A Casa Civil explicou que Israel Guerra pediu o aval do funcionário porque ele também foi citado pela reportagem da revista como participante das negociações que teriam resultado em um contrato privilegiado de uma empresa de transporte aéreo de carga com os Correios.

De acordo com a Casa Civil, Castro e o filho de Erenice Guerra são “muito amigos”. Nesta segunda (13), o assessor Vinicius Castro pediu exoneração do cargo. Em nota, o servidor declarou que “repudia todas as acusações”.

Também na segunda, Erenice Guerra solicitou à Comissão de Ética Pública da Presidência da República a instauração de procedimento para apurar a sua conduta em relação às notícias publicadas pela revista Em ofício encaminhado à comissão, Erenice diz estar disposta a abrir os seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, se necessário, bem como os de seu filho Israel Guerra.

"Coloco-me à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários e que possibilite a verificação necessária por essa Comissão de Ética da conduta desta servidora pública", diz trecho do ofício.

O caso


A edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma que o empresário Fábio Baracat participou de reuniões com Erenice, supostamente intermediadas pelo filho da ministra, Israel Guerra, dono da consultoria Capital.

A finalidade, segundo a publicação, era fechar um contrato de prestação de serviços entre a empresa MTA e os Correios. De acordo com reportagem da revista “Veja”, o filho de Erenice Guerra teria cobrado uma "propina" de 6% do empresário Fábio Baracat para intermediar a operação. A publicação diz que o valor seria destinado a saldar “compromissos políticos”.

Além da suposta propina, intitulada "taxa de sucesso", assessores da Casa Civil teriam exigido pagamentos mensais, diz o texto. A revista afirma que o contrato entre a empresa de transporte aéreo e os Correios totalizou R$ 84 milhões e que, com a intermediação, o filho da ministra obteve R$ 5 milhões.
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