Os recorrentes problemas de indisciplina que envolvem o atacante Neymar no Santos ultimamente repercutem também em ídolos históricos do time. A mais recente confusão em campo ocorreu com o capitão Edu Dracena e o técnico Dorival Júnior, que o proibiu de bater um pênalti na vitória sobre o Atlético-GO na última quarta-feira (15).

O ex-jogador Zito, que conviveu com Neymar desde as categorias de base, admite que o fato não foi bem visto dentro do clube e que é preciso ficar mais atento à “educação esportiva” que o garoto está recebendo. Porém, segundo o campeão mundial pela equipe e pela seleção brasileira, o camisa 11 do Santos é um “garoto tímido” e o que houve foi um fato isolado, que não condiz com sua personalidade.

- Eu acho que ele perdeu a linha nesse jogo. Foi um caso isolado. Ele está envergonhado do que fez. Tanto que ele pediu desculpas. É um menino. Tem que ser chamado na chincha mesmo. O treinador precisa puxar ele mais para a educação esportiva. Isso é normal acontecer. Ninguém gostou do que ele fez aqui. Não foi correto. Mas ele é um menino. Dizem que isso não é desculpa, mas é, sim. Ele é bajulado por todo mundo. Então, ele acaba achando que é o rei. Isso sobe na cabeça de qualquer um. É uma lição que ele vai ter que levar para casa.

O meia Giovanni, um dos maiores ídolos da história santista, jogou com Neymar durante a campanha dos títulos Paulista e da Copa do Brasil. De acordo com ele, o atacante está longe de ser um bad boy e um “puxãozinho de orelha” é suficiente para resolver os problemas disciplinares que ele vem causando.

- O Neymar é um menino muito bom, humilde no vestiário. Às vezes, com tudo o que envolve o futebol, o assédio, a mídia, o dinheiro, você se perde um pouco, se empolga. É só dar um puxãozinho de orelha e conversar com os responsáveis. Todos nós somos passíveis de falha e não é por um ou outro erro que vai dizer que é bad boy. Tem que dar crédito, pois, tem futebol acima da média. Mas é preciso saber educá-lo enquanto é tempo. Eu acho que agora aprendeu a lição. Espero que não volte a repetir, pois temos que respeitar sempre nossos superiores.

Zito também cita que pode ter ocorrido uma falta de comunicação entre o treinador e o jogador. Novamente, a reação destemperada de Neymar é depositada na conta da inexperiência.

- Quando ele perdeu dois pênaltis, perguntaram para o treinador se ele continuaria batendo e a resposta foi afirmativa. Então, ele achou que ia bater o pênalti. Devia estar bravo porque não tinha feito gol. Mas ele não podia reagir da forma que reagia. É um menino ainda.

O ex-volante só perde a compostura quando fala do treinador do Atlético-GO, René Simões, que afirmou que o Santos estava “criando um monstro” após presenciar a confusão. Para Zito, quem exagerou na dose foi o treinador.

- Só não concordo com o que aquele idiota do treinador deles [do Atlético-GO] que disse que estamos criando um monstro. O que é isso? É um imbecil de falar isso. Ele, sim, exagero