O filho de Erenice Guerra, que perdeu o cargo após acusações de tráfico de influência, levou amigos para trabalhar na Casa Civil quando o ministério era comandado por Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, segundo informações da edição deste sábado do jornal Folha de S. Paulo. Israel Guerra e dois amigos são apontados por empresários como o "grupo do lobby", que usava uma empresa privada, a Capital Consultoria, para intermediar reuniões, viabilizar projetos e liberar recursos no governo.

Israel, Stevan Kanezevic - que pediu demissão do cargo no Sipam e voltou à Anac nessa sexta-feira -, Vinícius Castro e Marcelo Moreto, que não havia sido citado no caso ainda segundo informações do jornal, teriam trabalharam juntos na Anac. Em seguida, os três amigos do filho de Erenice foram nomeados para ocupar cargos na Casa Civil na época de Dilma, quando Erenice, seu braço direito e depois sucessora, era secretária-executiva da pasta. Vinícius foi nomeado assessor de Erenice Guerra. Stevan é cedido para o Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), subordinado à Casa Civil. Um ano antes, Moreto já havia trocado a agência pelo cargo de assessor técnico do Sipam.

Tio de Vinícius, o ex-diretor dos Correios Marco Antonio de Oliveira disse ao jornal Folha de S. Paulo que o filho de Erenice fazia nomeações na Casa Civil. Ele confirma que o próprio sobrinho foi um dos indicados de Israel. "Eles se conheceram na Anac e, na saída da Anac, o Vinícius recebeu o convite do Israel para trabalhar na Casa Civil", disse. Oliveira reclamou ao jornal que a irmã foi usada como laranja. No papel, uma das sócias da Capital é a mãe de Vinícius, Sônia Elizabeth Oliveira Castro, que venderia queijo no interior de Minas Gerais.

Ao jornal, a Casa Civil informou por meio de nota que Moreto foi nomeado pela Secretaria Executiva da Casa Civil, à época ocupada por Erenice. Stevan foi nomeado pelo secretário de Administração, Norberto Temóteo, e que atendiam solicitações do diretor-geral do Sistema de Proteção da Amazônia.