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Dilma paparica Del Toro: "Sem dúvida, ele é muito bonito..."

Terra

Barbado, como quem acabou de palmilhar por dias a Sierra Maestra, o ator hollywoodiano Benicio Del Toro, recente intérprete de Che Guevara no cinema, chegou no horário exato do café-da-manhã com a candidata Dilma Rousseff, no hotel Vitória, em Campinas (SP), na manhã deste sábado (18). Óculos escuros, boné azul e branco, olhar calculadamente blasé, o portorriquenho se esquivou de dúvidas matutinas de um jornalista americano, às 8h30: "Pergunte a ela", respondeu, apontando para uma boneca de papel.

Antes do quebra-jejum com Dilma, Benicio desistiu de puxar um cigarro, para não ser bombardeado pelos fotógrafos. Em viagem pelo Brasil, acompanhado pelo produtor Fernando Sulichin (de "Babel"), o ator visitou assentamentos do MST e observará um comício da campanha petista na cidade paulista.

Com o histórico de guerrilheiro nas fitas de Steven Soderbergh, Benicio cativou a durona ex-guerrilheira Dilma, não só pelo seu talento mais conhecido.

- A conversa? Olha, eu vou te falar: eu achei assim ótima, né? Ele, de fato, é um ator excelente. Excepcional -, contou Dilma, deixando algo suspenso: - Além disso, sem sombra de dúvida, ele é muito bonito...

Risonha ao falar do astro, depois de uma artilharia de perguntas sobre Erenice Guerra e a Casa Civil, Dilma esclareceu se foi apenas uma troca de ideias ou manifestação de apoio.

- Há uma simpatia. Obviamente ele tem uma simpatia, por isso que ele pediu a reunião. Foi mais uma conversa fluida, sobre cinema, sobre a importância da América Latina, da América Caribenha, de como aquele mapa que apareceu na revista The Economist, em que tá o Caribe e a América Latina pra cima, e a América do Norte pra baixo, faz todo sentido histórico, porque estão crescendo. A América Latina hoje tem uma perspectiva que no passado ela não tinha. Tudo isso foi tocado. E o problema do cinema. Como eles são amigos de Oliver Stone, falaram do lançamento de "Wall Street 2". Foi uma conversa muito boa - relatou, ressaltando que não pediu autógrafo.

E... não falaram do passado da candidata na luta armada. Em seguida à coletiva, Benicio apareceu na área da piscina, para tentar mandar brasa pela segunda vez. Cigarro na boca, os flashes pipocaram. "Why not?", brincou. Novamente incomodado por ser visto entre fumaças - não é nenhuma Rita Hayworth -, o ator deixou seu lugar ao guarda-sol e voltou para uma sala reservada, com o séquito de assessores cinematográficos.

- Parece que ele vai pro comício - vibrara Dilma, mais cedo. - Vai ser interessante ele acompanhar um comício no Brasil. Mostramos pra ele que, hoje, somos os únicos a fazer comício neste País...

Às 10h, Benicio seguia recostado, tediosamente, num sofá. Como no tango, fumando esperava. Para sossego final, e contra a lei paulista, acendeu o cigarro em espaço fechado. Why not?

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