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Notícias / Ciência & Saúde

Experiências com células-tronco conseguem recriar ossos em animais

G1

O aparente sofrimento de Gustavo é por um bom motivo. O dente de leite, que já ia cair, pode, no futuro, ajudar a produzir ossos. "A gente guarda esse dentinho nesse líquido cor de rosa, que é um meio de cultura de célula, e depois nós vamos levar esse dentinho pro laboratório. Vamos isolar a célula-tronco da polpa e vamos guardá-la pra fazer estudos pra neoformação óssea para que no futuro essas crianças possam utilizar as próprias células delas pra reconstruírem os tecidos ósseos, que fazem tanta falta. É um trabalho extremamente importante e pioneiro, e nós conseguimos já em modelos animais, em ratos, confeccionar, simular defeitos ósseos que se regeneram completamente com essas células humanas de portadores de fissura labiopalatina", explica a cirurgiã dentista e geneticista, Daniela Franco Bueno.

Os pesquisadores também estudam a utilização de células-tronco de músculos da boca. “Nós conseguimos fazer osso em modelos animais também, com a presença de células humanas, a partir desses pequenos fragmentos de músculo obicular do lábio, que nós obtivemos nas cirurgias aqui na Sobrapar. Isso está publicado numa revista super importante que se chama ‘tissue engineering’. Foi publicado em fevereiro do ano passado, de 2009.”

A doutora Daniela tem outro papel importante. "Essa orientação genética é extremamente importante no caso das deformidades craniofaciais, porque em muitos casos a gente consegue identificar qual é o exato erro genético que leva ao aparecimento daquela determinada doença.”

"A gente tem várias colaborações com universidades, também, então nós temos com a Unicamp, com a USP, com o Genoma, com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com universidades fora do país, com centros de pesquisa que muito contribuem pro desenvolvimento da pesquisa. Esse protótipo é muito interessante porque o médico, ele pode fazer o planejamento cirúrgico através de uma visualização tridimensional do próprio paciente. Esse aqui, por exemplo, são os traçados que os cirurgiões fizeram como planejamento de uma grande cirurgia e também para fins didáticos, porque o residente, ele vai visualizar, antes do ato cirúrgico, o que ele vai encontrar", fala a pesquisadora, Ana Beatriz Almeida.
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