Imprimir

Notícias

Dilma minimiza pesquisas e as chama de "retrato do momento"

Reuters

A queda na vantagem em relação aos adversários, apontada nas últimas pesquisas, não preocupa a candidata petista Dilma Rousseff. Líder em todos os levantamentos e com boas chances de vencer a eleição já no primeiro turno, Dilma justifica afirmando que as oscilações registradas nas últimas sondagens têm ocorrido dentro da margem de erro.

"Tem uma pesquisa que me dá 49 (por cento), a outra me dá 50 (por cento) e a outra me dá 51 (por cento). Eu estou na margem, com oscilação de 1 ponto, 2 pontos," afirmou.

"Eu não vejo problema" disse, ao ser perguntada se seu desempenho nas pesquisas foi afetado pelas denúncias contra sua campanha e contra o governo. "Isso é retrato do momento," afirmou. "Você só vai saber o resultado da eleição na urna."

Após denúncias de quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB) e acusações de tráfico de influência na Casa Civil, que derrubaram a titular da pasta Erenice Guerra, as pesquisas de opinião trouxeram uma oscilação no desempenho da petista.

Pesquisa Ibope, divulgada na sexta-feira, mostrou que Dilma teve sua vantagem em relação aos concorrentes reduzida de 14 para 9 pontos percentuais, mas ainda com chances de vencer no primeiro turno. Ela passou de 51 por cento para 50 por cento da intenção de voto do eleitor. Serra atingiu 28 por cento, ante 27 por cento de levantamento anterior, divulgado em 17 de setembro. A candidata do PV, Marina Silva, que tinha 11 por cento, obteve 12 por cento.

A mesma oscilação trouxe pesquisa Datafolha, divulgada na quarta-feira. A vantagem da petista sobre o total de votos dos demais candidatos caiu de 12 pontos para 7 pontos percentuais. A margem de erro das pesquisas é de 2 pontos percentuais.

Dilma voltou a afirmar que não sobe no "salto alto," "até porque tenho impossibilidades materiais," brincou a candidata, que sofreu uma lesão e usa uma bota ortopédica no pé esquerdo.

"ÓDIO É UMA DROGA"

Apesar das denúncias feitas pela oposição, a candidata petista afirmou que cada vez mais levará uma mensagem de mudança ao eleitorado. E mais uma vez, declarou que não vai aceitar "rebaixar o nível" na campanha.

"Acho que o ódio é uma droga, quem entra no ódio entra fácil. Agora sair dele é difícil. Eu não entro, eu vou manter uma campanha propositiva," declarou Dilma ao ser questionada se os ataques seriam mais fortes a partir de agora, com a proximidade da eleição dia 3 de outubro.

A ex-ministra visitou um complexo com elevadores panorâmicos que permitem o acesso dos moradores das favelas Cantagalo e Pavão/Pavãozinho ao metrô de Ipanema. Localizadas em um bairro nobre do Rio de Janeiro, As favelas receberam obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz ter como mãe a candidata e ex-ministra-chefe da Casa Civil, e também contam com o plano de segurança do governo do Estado que implementou a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

"O que eu acho que é muito forte aqui no Rio de Janeiro é que nós mostramos que uma parceria feita entre governo federal, governo estadual e governo municipal era a receita para que o Rio de Janeiro voltasse a ter investimentos à sua altura," afirmou Dilma, acompanhada do candidato à reeleição ao governo estadual Sérgio Cabral (PMDB) e do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Imprimir