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'São piores que bandido', diz chefe de polícia do Rio sobre agentes presos

G1

A prisão de dois policiais civis durante uma operação para desarticular uma quadrilha suspeita de clonar cartões de crédito no estado do Rio, nesta segunda-feira (27), causou revolta na corporação, segundo informou o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski. Além dos dois agentes presos, mais um foi detido e outro está sendo ouvido na Corregedoria. Segundo a polícia, ao todo, seis pessoas foram presas.

"Tenho que externar esse sentimento de revolta de todos os policiais. Eles são piores do que qualquer bandido. Nas gravações (escutas, com autorização da Justiça), eles chegam a dar boa sorte à quadrilha. Um deles chamava a mulher de um marginal de patroa”, disse Turnowski, durante entrevista coletiva, quando apresentou todo o aparato usado pelos criminosos para clonar cartões de clientes bancários.

Na investigação que resultou na Operação Traidor, os investigadores descobriram que os agentes suspeitos colaboravam com a quadrilha especializada em clonagem de cartões de crédito e ainda alertavam os traficantes das ações policiais.

Em duas delas, no Conjunto de Favelas do Alemão, no subúrbio, três policiais morreram e mais 12 ficaram feridos. Segundo a Corregedoria de Polícia Civil, que comandou a investigação, na época os criminosos teriam reforçado o arsenal para enfrentar a polícia.

Dos quatro policiais civis envolvidos, dois foram presos, um foi detido e outro está sendo ouvido na corregedoria. Os agentes não puderam cumprir o mandado de prisão contra este último porque o suspeito concorre a uma vaga como deputado estadual e está protegido pela Justiça Eleitoral, que não permite prisão de candidatos nesse período.

De acordo com a investigação, a quadrilha de clonagem de cartões chegava a movimentar cerca de R$ 700 mil por mês. Dois irmãos, que vieram do Ceará, eram os cabeças do esquema, considerado bastante “sofisticado” pelos policiais.

Eles usavam uma espécie de “chupa-cabra”, para reproduzir a senha do cliente bancário que usava o caixa eletrônico. A partir dali, usando equipamentos e cartões virgens, clonavam os cartões. A polícia apreendeu as máquinas e diversos cartões, além de identidades.

A maior parte do material foi apreendido no escritório dos dois irmãos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e na casa da tia deles, presa e autuada por receptação.
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