Imprimir

Notícias

Marina não vai atacar Dilma por mais votos, diz coordenadorDayanne Sousa

Terra Magazine

A candidata do PV à presidência, Marina Silva, não partirá para o ataque contra Dilma Rousseff (PT) depois de mostrar crescimento nas pesquisas, afirma o coordenador da campanha verde, João Paulo Capobianco. Ele admite que os votos a serem conquistados para que Marina chegue a um segundo turno devem sair de eleitores petistas, mas diz que a campanha evitará o confronto.

- Não tem ataque nenhum ao candidato concorrente. De forma alguma ¿ afirma.

A campanha eleitoral acaba nesta quinta (30), quando os candidatos também se enfrentarão num debate da Rede Globo.

Capobianco avalia que as denúncias de quebras de sigilo na Receita e o Caso Erenice favoreceram a candidata do PV. Segundo o último Datafolha, divulgado nesta terça (28),Marina saiu de 10 pontos no início de setembro para 14. Excluindo-se os votos brancos e nulos, ela teria 16% contra 32% de José Serra (PSDB) e 51% de Dilma.

Apesar da distância grande entre Marina e Serra, o coordenador descarta a possibilidade de não disputar o segundo turno com Dilma.

Leia a entrevista na íntegra.

Terra Magazine - Como o Sr. e a campanha receberam os dados do Datafolha que apontam o crescimento da candidata Marina Silva?
Na verdade é o trabalho que estamos fazendo. Nós temos uma campanha que vem seguindo uma orientação clara desde o início que foi a de fazer o debate e não o embate. Nós insistimos em discutir propostas, insistimos que a atuação eleitoreira seria negativa para quem a fizesse e nós não fizemos. É uma campanha pautada numa estratégia de comunicação, de discussão de ideias e debate. Nós tínhamos certeza que em algum momento essa eleição ia sair de uma discussão superficial como vinha sendo tratada pelos dois candidatos à frente. Em algum momento a população iria entrar na discussão de fato. E neste momento nós estávamos mais preparados.

O Sr. fala dessa orientação de não haver embate, mas alguns analistas acreditam que a Marina poderá partir para um ataque direto à Dilma Rousseff nessa reta final para tirar os votos da Dilma.
De forma alguma, não tem ataque nenhum ao candidato concorrente. De forma alguma. O que tem é a convicção de que o que o brasileiro quer é debater propostas. Agora, isso não quer dizer que nós não vamos explicitar os problemas. Vamos continuar tratando dos problemas, mas não de forma eleitoreira.

É verdade que a análise da campanha é a de que a maior parte dos votos que podem ir para a Marina devem ser de eleitores da Dilma mesmo que superar o Serra seja a meta principal?
Veja bem, objetivamente falando, o Serra está estável e nós estamos crescendo e a Dilma está caindo. Então nós estamos trabalhando no sentido de consolidar esse processo. Nós não acreditamos em voto de Dilma ou de Serra, nós acreditamos que o voto é do eleitor. Essa é a nossa disputa e nós acreditamos que essa mensagem está sendo bem recebida.

Também tem se falado muito no que seria uma ¿onda verde¿, mas até o momento o crescimento da Marina não foi suficiente para levar a um segundo turno, não?
Ah, não, eu acho que nós estamos numa curva ascendente e isso é muito importante. Nós temos só a Marina crescendo. Temos a candidatura Dilma caindo, a candidatura Serra estacionada e a candidatura Marina subindo. Isso é muito importante, muito positivo e nós estamos confiantes de que essa curva ascendente vai surpreender no dia 3 de outubro.

Chama atenção que algumas personalidades declararam apoio a Marina. Alguns artistas e até mesmo o Senador Pedro Simon, que é do PMDB. Qual o impacto disso?
Significa o reconhecimento, mais uma vez, de uma campanha coerente, bem estruturada e que se baseou desde o início em tratar o eleitor com seriedade. As outras campanhas trataram o eleitor pensando que ele apenas ia dar o seu voto sem se interessar em compreender o que de fato cada candidato tem a apresentar para o Brasil. Os outros candidatos estavam tão preocupados em digladiar entre eles que nem se preocuparam com o eleitor. Eleitor não é plateia.

Neste sentido, os escândalos recentes que afetaram a candidatura da Dilma acabaram favorecendo, não? Justamente. Nesses escândalos, tanto no problema do vazamento da Receita como no Caso Erenice, a Marina se pautou por uma crítica em relação ao problema do ponto de vista da democracia. Ou seja, o governo repetir o problema na Casa Civil. Em nenhum momento, ela partiu para uma posição de atacar a Dilma. O que ela disse é que isso é muito grave.
Imprimir