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SC: candidatos nanicos criticam legislação eleitoral

Terra

Os candidatos dos partidos nanicos que disputam as eleições para governador em Santa Catarina criticaram a legislação eleitoral, a falta de espaço em rádio e televisão e se disseram "prejudicados" na campanha.

Cinco dos oito candidatos ao governo catarinense contam com menos de um minuto no horário eleitoral gratuito. Um dos maiores críticos é o candidato do Psol, Valmir Martins. Professor aponsentado da Universidade Federal de Santa Catarina, ele destacou que a lei que regulamenta as eleições permite uma série de injustiças com as candidaturas de pequenos partidos. Para ele, o sistema é antidemocrático.

"A lei trata diferentemente os iguais. Essas diferenças saltam aos olhos quando assistimos aos programas em rádio e televisão", disse. "A lei é feita para as elites e percebemos desigualdades até mesmo nos notíciários. Muitos candidatos só são entrevistados porque a lei obriga".

"Doação de campanha é aplicação financeira"


Hoje com 66 anos, Martins foi um dos fundadores do PT em Santa Catarina e líder estudantil na década de 60. Chegou a ser preso durante a ditadura militar em Ibiúna, quando participava de um congresso clandestino da UNE. O professor, hoje no Psol e mesmo com pouco espaço, pregou a adoção de um sistema de financiamento público de campanhas eleitorais.

"Pelo atual sistema, não existe uma doação generosa de campanha. Isso é uma aplicação financeira feita por empresários junto aos candidatos com maiores chances", disse. "Isso é terrível pois o eleito já assume com o rabo preso. Um dia, os doadores irão fazer lobby para retirar a aplicação com juros, correção monetária e benefícios. O financiamento público, no mínimo, livraria os políticos desse assédio. Mas é interessante?".

O candidato do PMN, Carmelito Smieguel (PMN), que tem apenas 49 segundos no horário eleitoral, destaca que a disputa é completamente "desequilibrada" e ameaça a sobrevivência de partidos pequenos. "Eu sou um pobre, represento um partido pobre que, pela legislação atual, nunca irá conseguir crescer", disse Carmelito, alegando que teria sido convidado para integrar legendas maiores. "Se eu quisesse ganhar alguma coisa, teria que me candidatar por esses partidos de ricos, como o PMDB, DEM, e PT".
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