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Brasil não precisa do FMI, diz Guido Mantega

G1

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou, nesta terça-feira (24), a aprovação de uma linha de crédito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que foi feita com base em sugestões do Brasil, que destinará recursos a países em dificuldade, por conta da crise financeira internacional, de forma mais rápida e menos burocrática.

"O objetivo não é nós tomarmos recursos nessa linha. Nós não precisamos. Estamos pensando em outros países que precisam de liquidez neste momento, e esta linha vai facilitar ao país reativar o seu comércio, reativar investimentos e cobrir as suas contas externas. Acho que é um avanço do fundo", disse o ministro Mantega.

Nova linha de crédito
Segundo avaliação de Mantega, a nova linha de crédito é um avanço, porque não exige monitoramento constante da economia dos países e nem o estabelecimenot de metas de desempenho.

"Essa é uma linha que é um pleito do Brasil, que temos apresentado ao fundo nas últimas reuniões. Os recursos da linha podem ser liberados muito mais rapidamente para os países que necessitam dela. É uma linha que não tem condicionalidades. Não precisa mandar missão do fundo no país para ver como está, ou não está. Não tem aquela coisa desagradável de carta de intenções que o Brasil fazia no passado. Então, é um avanço. Eu diria que é praticamente uma vitória nossa do Brasil", afirmou ele.

Mantega explicou, porém, que os países que buscarem recursos no FMI, por meio desta linha de crédito, têm de apresentar um histórico de "solidez econômica". "Não pode ser um país que não teve responsabilidade e não cuidou de suas contas. Na verdade, muitos países tiveram um bom comportamento antes dessa crise acontecer", disse ele.

Segundo o ministro, as taxas de juros desta linha de crédito são "reduzidas" (de 1,5% a 3% ao ano). "A linha tem a duração parecida com a linha de "stand by", de três anos e meio de carência e cinco anos para pagar. A taxa de juros varia de 1,5% a 3% ao ano. As condições são bastante vantajosas", disse.

FMI precisa de recursos

Mantega confirmou que o FMI precisará, no futuro, de mais recursos para poder emprestar aos países em dificuldade. Atualmente, segundo ele, a instituição de crédito internacional possui US$ 250 bilhões em caixa e há uma promessa, do Japão, de aportar mais US$ 100 bilhões no FMI. Entretanto, ele estimou que será necessário um aporte de mais US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão no FMI.

"Vamos pleitear, nas reuniões do G-20, que outros países coloquem mais recursos no FMI para que ele possa redistribuir pelos países necessitados. O Brasil poderá até colocar, mas é mais importante que os países que têm grande fluxo positivo de capital, como os EUA, a China e o Japão, que têm um grande excedente, estejam dispostos a colocar mais recursos no FMI. Os necessitados são a maioria dos emergentes", afirmou.
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