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Praias do Paraná têm pior índice de qualidade em três anos

UOL

O sétimo boletim de balneablidade divulgado nesta quarta-feira (28) pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) aponta o pior índice de qualidade das praias do Paraná em três anos.
Dos 43 pontos analisados em 23 praias, apenas um - a praia de Caieiras, em Guaratuba - foi liberado para banho. Os demais foram considerados impróprios por conterem índices superiores a 800 bactérias de coliformes fecais (Escherichia Coli) por 100 mililitros de água, segundo análise do instituto.

Em quatro boletins divulgados em janeiro pelo órgão, este é o pior já registrado. O período coincide com o mês de alta temporada, em que cerca de 500 mil veranistas visitam as praias do Estado.

Boletins divulgados nas três semanas anteriores indicaram também índices baixos de balneabilidade. No boletim divulgado no dia 5, foram liberados quatro pontos. No dia 12, dois, e no dia 19, seis.

Ou seja, no total apenas 13 pontos de praias entre os 43 analisados foram apontados como próprios para banho ao longo do mês.

Na comparação com anos anteriores, a piora na qualidade das águas das praias do Estado é visível. Em janeiro de 2007, o IAP liberou um total de 92 pontos de praia em cinco boletins divulgados. O Ministério da Saúde recomenda que nas análises seja levada em conta os locais de maior concentração de banhistas e de residências.

Já no ano passado, o número de pontos considerados próprios para banho após seis boletins divulgados ao longo do mês de janeiro caiu de 92 para 71.

Chuvas
Para a bióloga Franciane Pellizzari, que está coordenando as análises da balneabilidade por meio da parceria entre IAP e Fafipar (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá), a redução no número de pontos próprios pode ser associada às fortes chuvas. "Os índices pluviométricos elevados das últimas 24 horas (48,6 mm) carreiam a água doce dos rios e sangradouros, contaminadas ou não".

O secretário estadual do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, amenizou a situação e argumentou que os resultados apontados pelos boletins representam apenas 200 metros de interdição - 100 metros à esquerda e 100 metros à direita dos canais que despejam esgoto no mar, sinalizado por placas indicativas. "Ou seja, nos locais onde não existe sinalização, significa que não há risco de contaminação", afirmou.

De acordo com a resolução 257, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), para um local ser considerado próprio para banho, deve apresentar 80% de amostras positivas em cinco resultados. Ou seja, o resultado de quatro das cinco análises amostradas pode apontar a presença de até 800 bactérias a cada 100 mililitros de água. Caso o último resultado apresente 2.000 bactérias, imediatamente o local passa a ser considerado impróprio, mesmo tendo histórico positivo.

Medidas
O IAP não confirma, mas está utilizando soluções de peróxido de hidrogênio para tratar o esgoto que é despejado nas praias do Paraná. O produto químico, utilizado em países do primeiro mundo com o mesmo fim nas últimas décadas, vem sendo aplicado diretamente na rede coletora.

O governo do Estado acusa proprietários de residências no litoral de não fazerem as ligações de esgotos e se utilizarem de fossas sépticas de tamanho inadequado. Em dezembro do ano passado, o vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, ameaçou multar os proprietários de apartamentos e casas no litoral que não atendessem à determinação.

Relatório preliminar divulgado pela Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) mostrava que apenas 17 residências atendidas pela rede de esgotos da companhia estariam em situação irregular. Porém, um segundo relatório realizado posteriormente apontou que esse número é bem maior: 580.
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