O médico boliviano Nadir Saluez Hurtado foi preso em Mato Grosso pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco-MT) por exercer ilegalmente a profissão de cirurgião plástico no Brasil sem o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT). A acusação é de que o médico estaria atendendo pacientes num salão de beleza e, a partir daí, agendava os procedimentos cirúrgicos na Bolívia, país que faz divisa com o Brasil.

A prisão aconteceu em flagrante nesta quinta-feira (30) após duas agentes de a Polícia Militar terem se passado por pacientes interessadas pelo serviço. Toda consulta e as conversas foram gravadas com câmera e microfone escondidos. A proprietária do estabelecimento de beleza também foi detida. As informações são do CRM-MT.

De acordo com as gravações, Nadir cobraria US$ 2 mil por uma cirurgia de lipoaspiração e o valor incluiria ainda os gastos com internação, anestesia e remédios. Ele explicou que a paciente ficaria internada por 24 horas e depois seria encaminhada para um hotel, onde o médico faria visitas diárias por sete dias e então receberia alta para voltar ao Brasil.

Ao ser questionado sobre o acompanhamento da paciente no Brasil no caso de alguma intercorrência, ele respondeu à suposta paciente que “não haverá problemas, pois se não acontecer nada em sete dias, não acontecerá mais”.

Para o presidente do CRM-MT, Arlan de Azevedo Ferreira, além de exercer ilegalmente a profissão no Brasil, o boliviano ainda estava promovendo a mercantilização da Medicina. “Ele estava oferecendo serviços com preço abaixo do praticado pelos médicos brasileiros e sem assumir qualquer responsabilidade pela paciente, pois se algo acontecer com ela no Brasil, não há a quem recorrer judicialmente”, afirmou.