O Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal investigará o advogado Adriano Borges, entre outros advogados do ex-governador Joaquim Roriz envolvidos em uma suposta negociação para que o ministro Ayres Britto tivesse de se declarar impedido e não votasse no julgamento em que a Suprema Corte analisava a validade e abrangência da Lei da Ficha Limpa. A informação é do presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Adriano Borges aparece em vídeo negociando honorários para integrar a banca de defesa de Joaquim Roriz no STF. Borges é genro de Ayres Britto e, por isso, teria de se declarar impedido de participar do julgamento. Como a análise do caso terminou empatada em cinco votos a cinco, a ausência do magistrado daria vitória a Roriz.

Com o impasse na Suprema Corte, o ex-governador renunciou à sua candidatura e colocou a mulher, Weslian Roriz, em seu lugar. Independentemente da investigação, Ophir Cavalcante prestou solidariedade ao ministro do STF, que ele acredita ser inocente no episódio. "Pela forma como tem se posicionado ao longo de sua trajetória no Judiciário, estou convencido que o ministro Ayres Britto não teve conhecimento das negociações", disse em nota.