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Especialista diz que ligações familiares ainda predominam na política no Paraná

ABr

No Paraná, embora os candidatos eleitos no último domingo (3) tenham mostrado ao eleitor um perfil de renovação no que se refere a propostas, prevalece o fenômeno do “familismo”, segundo o cientista político da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ricardo Oliveira. De acordo com o especialista, a maioria dos eleitos é de família tradicional, o que, para ele, mostra a força do poder econômico.

“São filhos, netos de velhos conhecidos da política paranaense” disse Oliveira à Agência Brasil, citando como exemplo políticos que estão entre os mais votados no estado. Beto Richa (PSDB), eleito governador com 52,44% dos votos, é filho de José Richa, que já ocupou o cargo e é conhecido nacionalmente por ter exercido mandatos de deputado federal e senador.

Ratinho Júnior, do PSC, foi o mais votado entre os 30 deputados federais. Ele obteve 358.924 votos, mais do que o dobro do segundo colocado. “É filho do apresentador de TV Carlos Roberto Massa, mais conhecido como Ratinho”, lembra o cientista político.

Oliveira citou também o caso de Alexandre Curi (PMDB), neto do ex-deputado estadual Anibal Curi, que durante 16 anos ocupou, alternadamente, os cargos de presidente e de primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Paraná. Anibal Curi morreu em agosto de 1999.

O neto dele recebeu 134.233 votos no domingo (3) e foi o deputado estadual mais votado pela segunda vez consecutiva. Em junho, o Ministério Público do Paraná denunciou Alexandre Curi por envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa. Ele conseguiu permanecer no cargo de primeiro-secretário porque obteve uma liminar na Justiça.

Para o cientista político, Alexandre Curi foi “absolvido pelo eleitor”, apesar das denúncias. “Tanto entre os deputados federais como entre os estaduais é grande o número de quem tem algum grau de parentesco com nomes conhecidos”, destacou.

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