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Vereadora assume Prefeitura de Dourados nesta quinta

G1

A vereadora Délia Razuk (PMDB) assume nesta sexta-feira, às 11h, a Prefeitura de Dourados, em Mato Grosso do Sul, em substituição ao juiz Eduardo Machado Rocha, que ocupa o cargo interinamente desde o afastamento do prefeito da cidade, Ari Artuzi (ex-PDT), e do vice-prefeito, Carlinhos Cantor (PR), investigados em suposto esquema de desvio de verbas públicas (veja vídeo ao lado).

Délia assume o cargo após determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que negou pedido do Ministério Público para o que o juiz permanecesse no cargo interinamente. A vereadora e a prefeitura foram notificadas oficialmente nesta quinta-feira (7) sobre a decisão.

Com prefeito e vice presos e afastados, a vereadora, que é presidente da Câmara, é a próxima na linha sucessória e a única integrante do Legislativo municipal que não foi indiciada por envolvimento com o suposto esquema de desvio de dinheiro público na cidade, que, de acordo com a denúncia, incluía pagamento de propina para vereadores.
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Segundo a assessoria da vereadora, ela já visitou a prefeitura para tomar conhecimento do processo de mudança de cargo. A presidente da Câmara Municipal recebeu a notificação do Tribunal de Justiça por volta das 14h. A notificação explica que, "por falta de agente para assumir o cargo de prefeito da cidade", Délia foi convocada para exercer a nova função.

Após assumir a prefeitura, a vereadora vai avaliar o quadro da administração pública e fazer o diagnóstico geral para adotar as medidas que julgarem cabíveis, afirmou a assessoria. Com a saída de Délia, a presidência da Câmara será ocupada pelo vereador Dirceu Longhi (PT).

Caso
O escândalo sobre o suposto esquema de corrupção em Dourados resultou na prisão do prefeito Ari Artuzi no dia 1º de setembro. Ele é apontado pelo Ministério Público de comandar o suposto esquema.

De acordo com a Polícia Federal, as denúncias envolveram o pagamento de propina a vereadores da situação e da oposição para impedir que fosse concluída a CPI que investigava o prefeito. Nove vereadores foram afastados, dos quais dois permanecem presos.

Além disso, segundo a PF, licitações teriam sido direcionadas para empresas que financiavam as propinas mensais, compras de bens pessoais do prefeito e campanhas eleitorais.

"Os acordos fechados com as empresas escolhidas ilicitamente rendiam 10% do valor do contrato. Os valores arrecadados serviam para o pagamento de diversos vereadores de Dourados [da situação e da oposição], para caixa de campanha e compra de bens pessoais do prefeito", informou a polícia em nota.

Em entrevista à TV Globo, o advogado do prefeito, Carlos Marques, disse que a gravação em que Artuzi aparece recebendo dinheiro supostamente desviado não incrimina o prefeito afastado.
“Isso não significa que esse dinheiro é do município. Ele diz que não participou de qualquer ato de corrupção, não lesou o município, não praticou qualquer ato que tenha causado prejuízo a administração publica”, afirmou.


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