O grupo ligado ao tucano José Serra em Minas Gerais já trabalha visando o chamado voto "Dilmasia", a exemplo do que a coordenação mineira da presidenciável Dilma Rousseff (PT) está fazendo. A intenção é convencer prefeitos que se mobilizaram para multiplicar votos para Dilma a mudarem de lado.

A estratégia passa por atrair chefes de Executivo para o lado tucano com base na vitória conseguida pelo grupo do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que apoiou Anastasia. "Existem casos de prefeitos que deixaram 'correr solta' a eleição presidencial e que agora estão vindo para o lado do Serra", afirma o coordenador da campanha de Serra em Minas, Rodrigo de Castro, reeleito deputado federal com a maior votação do Estado.

O grupo organizado pelo parlamentar, conhecido por agir de forma incisiva junto a municípios do interior, usará na mesa de negociações a ampla vantagem de Anastasia nas urnas para tentar mudar o voto dos prefeitos ligados a Dilma. Castro ainda admite que muitos prefeitos não se empenharam na campanha de Serra em suas cidades com medo de que isso atrapalhasse a candidatura tucana estadual.

"Vários prefeitos do norte de Minas, por exemplo, que pediram para a gente não falar o nome do Serra naquele momento, agora estão se manifestando em favor dele", disse. Com a sobrevida da campanha de Serra, cuja ida ao segundo turno já foi considerada uma vitória, esses mesmos prefeitos se vêem liberados, segundo Castro, para trabalhar para o presidenciável tucano.

Paralelamente ao trabalho de convencimento das lideranças municipais, a coordenação da campanha planeja para a próxima quinta-feira (14) um encontro em Minas Gerais com a presença de Serra. A ideia é reunir cerca de mil pessoas, entre lideranças regionais e apoiadores de campanha em Belo Horizonte.

A investida busca a inserção do presidenciável no segundo maior colégio eleitoral do Brasil, onde Dilma venceu com 46,98% dos votos válidos, enquanto Serra obteve 30,76%.