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Dados mostram que mais da metade dos eleitos nasceu em cinco estados

Da Redação - JM

Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul são os estados de nascimento de 51,4% (264) dos 513 deputados federais eleitos no último dia 3. As bancadas estaduais na Câmara dos Deputados representam a população de cada uma das unidades federativas do país.

Mas, se em casos como o de São Paulo e Rio de Janeiro a diversidade da origem da população é refletida nos deputados federais eleitos, estados como Rio Grande do Sul, Ceará e Amapá elegeram apenas um migrante para representá-los.

No topo da lista estão os mineiros: são 67 deputados nascidos em Minas Gerais eleitos pelo país – 44 no próprio estado e 23 em outros. Em segundo lugar, aparecem os paulistas – 66 no total, dos quais 50 eleitos por São Paulo. Depois, vêm os 50 fluminenses, 35 deles eleitos pelo Rio de Janeiro.

Maior diversidade

Com 70 vagas na Câmara, São Paulo elegeu parlamentares nascidos em 11 estados brasileiros. Além dos 50 paulistas (71,4% da bancada), são 5 mineiros, 3 fluminenses, 2 paranaenses, 2 baianos, 2 pernambucanos, 2 norte-riograndenses, 1 cearense, 1 paraibano, 1 alagoano e 1 rondoniense.

No Rio de Janeiro, foram eleitos 46 deputados: os 35 fluminenses (76%), 2 paulistas, 2 mineiros, 1 baiano, 1 paranaense, 1 pernambucano, 1 sergipano, 1 goiano, 1 gaúcho e 1 capixaba.

Dos mais de 41 milhões de habitantes do estado de São Paulo, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2009, 31,3 milhões são paulistas. As maiores populações de migrantes são as de mineiros (2,1 milhões), baianos (1,98 milhão), pernambucanos (1,2 milhão) e paranaenses (1,2 milhão).

Apenas um migrante

Entre os estados que elegeram apenas um migrante, destaca-se o Rio Grande do Sul. Com uma bancada de 31 deputados, tem 96,8% de gaúchos em sua representação parlamentar. O único “estrangeiro”, nascido no estado vizinho, Santa Catarina, considera-se “cataúcho”.

“Na verdade, minha família é gaúcha, mas meus pais se mudaram por um período e nasci em Caçador (SC). Sou ‘cataúcho’, apaixonado pelos dois estados”, afirma o deputado federal reeleito Luiz Carlos Busato (PTB), 62 anos. Quando Busato tinha 4 anos, a família voltou ao estado de origem, onde ele estudou, formou-se em arquitetura e começou a carreira política.

“Acho que o gaúcho aprecia quem trabalha para ele. Não é porque é branco, negro, gaúcho, catarinense, homem ou mulher. Nunca me perguntaram a minha origem”, analisa o deputado, que diz não acreditar ser o famoso “bairrismo” gaúcho o responsável pela composição da bancada.

Apenas um 'local'

Se alguns gaúchos, cearenses e amapaenses elegeram apenas um migrante, Rondônia é um dos que tem só um deputado federal eleito nascido no próprio estado: Marcos Rogério (PDT), 32 anos. “Não fazia ideia disso, só sabia que era o mais novo da nossa bancada”, contou o político ao G1.

“O nosso estado tem uma composição bem mista. Faço parte de uma nova geração, mas a força de quem veio de fora ainda é muito grande aqui em Rondônia”, analisa. Nascido e criado em Ji-Paraná, Rogério comemora a votação expressiva que teve na cidade: 11 mil dos mais de 15 mil que recebeu para garantir a oitava vaga na bancada rondoniense.

Segundo os dados da PNAD, mais de 50% dos moradores de Rondônia nasceram no Estado (818 mil, de 1,531 milhão). Entre os migrantes, destacam-se paranaenses (156 mil), mineiros (99 mil), capixabas (62 mil), paulistas (51 mil) e mato-grossenses (49 mil). Completam a bancada do estado na Câmara deputados nascidos em São Paulo (2), Minas Gerais (2), Mato Grosso (1), Piauí (1) e Rio de Janeiro (1).

De sul a norte

Dentre os deputados eleitos que nasceram em uma região do país e acabaram fazendo a carreira política em outra, está Henrique Oliveira (PR), 49 anos. Nascido em Florianópolis (SC), Oliveira morou ainda em Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Brasília antes de se fixar em Manaus em 1994.

“Eu costumo dizer que sou da integração nacional. A mãe é gaúcha, o pai é paraense, a mãe dos meus filhos é mineira. Dois filhos são mineiros e dois amazonenses. Vou poder levar para a Câmara essa radiografia que eu tenho do país. Vou trabalhar pelo Amazonas, mas também pelo Brasil”. Com informações do G1.
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