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No Rio, Serra conta agora com aliados que apoiaram Cabral

Terra

Para tentar aumentar sua votação no Rio de Janeiro neste segundo turno, o presidenciável tucano José Serra contará no Estado com prefeitos e deputados do PSDB, DEM e PPS que ficaram afastados de sua campanha no primeiro turno por apoiarem a reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB) - contrariando a orientação de seus partidos, que formaram coligação com Fernando Gabeira (PV), segundo colocado para o Governo.

Enquanto Cabral faz campanha para Dilma Rousseff (PT), o deputado estadual André Correa (PPS), que o apoiou abertamente, contra o partido, começa a pedir votos para Serra na manhã de sábado (16) em Valença, cidade do Sul Fluminense onde tem uma base eleitoral, conforme combinou com o candidato a vice Índio da Costa (DEM) em reunião com aliados do Rio nesta quarta-feira (13).

"Sempre fui a favor da aliança com o Sérgio Cabral e tentei que o partido o apoiasse. Não consegui, mas respeitaram minha decisão (de não apoiar Gabeira), embora não tenham gostado. Mas nunca participei de evento nenhum junto com a Dilma. Meu material de campanha sempre teve meu nome, o do Cabral e o do Serra", afirmou Correa, que se reelegeu com 55 mil votos.

Em setembro, o deputado do PPS foi o cicerone de Cabral em um evento com empresários das principais confecções do Estado, como Osklen, Richard's e Salinas - que abriu uma fábrica em Valença justamente após a aprovação de uma lei de Correa reduzindo de 19% para 2% a alíquota do setor. Ele é investigado pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico, devido à inserção de um panfleto na revista Moda Rio, publicação interna do sindicato da indústria de roupas do Rio.

Além de André Correa, o presidenciável tucano deverá contar com o apoio mais forte de alguns prefeitos do DEM, como José Rechuan Jr., de Resende, e de Jorge Serfiotis, de Porto Real - ambas cidades do Sul Fluminense -, e do PSDB, como Marquinho Mendes, de Cabo Frio (Região dos Lagos) e Ivaldo Santos, o Timor, de Japeri (Baixada Fluminense), todos distantes de sua campanha no primeiro turno por se aliarem Cabral, que, além de apoiar Dilma, ainda era candidato e fazia inúmeras atividades de rua pelos municípios do interior levando o nome da candidata do PT.

Presente na reunião desta quarta-feira (13), Timor ressaltou que Serra deveria defender mais o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e o Plano Real. O prefeito de Porto Real foi representado pelo filho Alexandre Serfiotis, candidato derrotado a deputado estadual pelo DEM. Ausentes, Mendes e Rechuan - que chegou a participar de uma reunião com Dilma e Cabral em maio - disseram ao Terra, desde o primeiro turno, que apoiariam Cabral contrariando as posições de seus partidos, mas que a "infidelidade" não se estenderia ao Planalto - para o qual seguiriam com o candidato do PSDB.

O único prefeito do Estado do Rio de Janeiro a fazer campanha efetiva com Serra no primeiro turno foi José Camilo Zito, de Duque de Caxias, que também é presidente estadual do partido.
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