Imprimir

Notícias / Política BR

Brasil não explora 'nem 1% da riqueza' da Amazônia, diz Lula

G1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (14), em Belém (PA), a exploração sustentável da biodiversidade amazônica, durante o lançamento do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu. Lula disse que o Brasil ainda explora uma pequena parcela das riquezas da região.

"É possível crescer, se desenvolver, sem destruir [...] Quando a gente fala em desenvolvimento sustentável alguns pensam que é proibir a questão do desenvolvimento econômico para permitir a natureza. Nós ainda não começamos a explorar nem 1% da riqueza da biodiversidade que temos na Amazônia", disse.

O presidente voltou a defender a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu. Em seu discurso, Lula afirmou que o projeto da usina foi “amplamente discutido”. A obra é criticada por ambientalistas e indígenas. devido aos impactos ambientais que pode causar.

É possível crescer, se desenvolver, sem destruir [...] Quando a gente fala em desenvolvimento sustentável alguns pensam que é proibir a questão do desenvolvimento econômico para permitir a natureza. Nós ainda não começamos a explorar nem 1% da riqueza da biodiversidade que temos na Amazônia"Presidente Luiz Inácio Lula da Silva"Construímos uma relação [de confiança] que permitiu que a gente construísse a hidrelétrica de Belo Monte. E construímos um projeto em que todo mundo foi ouvido. Mesmo aqueles que querem ser moucos [surdos] sem serem moucos. Mesmo aqueles que querem ser contra por serem contra. A ordem minha era: 'Não grite, convença'", afirmou.

Segundo o presidente, Belo Monte tem um projeto sustentável, o que não ocorreu na construção de outras usinas. "O que acontecia com as outras hidrelétricas? Eles contratavam, faziam leilão, construíam, destruíam tudo. E no final não levavam energia nem para as favelas, iam levar energia para São Paulo, Rio de Janeiro e ficava a miséria na região. No projeto de Belo Monte, tem R$ 5 bilhões para cuidar da população local."

Ao destacar a redução do desmatamento no país, o presidente disse que o mundo deveria "se curvar diante do Brasil". "O mundo devia se curvar diante do Brasil porque neste mês [agosto] tivemos o menor desmatamento de toda a série de desmatamentos que estamos investigando", disse.

saiba mais

Lula diz que Belo Monte não foi feita antes por ‘covardia de políticos’
Com seca na Amazônia, nível de água no Rio Solimões bate recorde histórico
Inpe registra 265,1 km² de desmatamento em agosto na Amazônia Legal
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou 265,1 km² de desmatamento na Amazônia Legal em agosto deste ano. A área equivale a cerca de 165 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera, em São Paulo, ou a quase seis vezes o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. No entanto, se comparado com agosto de 2009, quando o sistema registrou 498 km² de devastação, o desmatamento na região foi reduzido em 47%.

Lula disse ainda que não basta apenas proibir o corte ilegal de madeira e o cultivo de gado em áreas de preservação sem dar alternativas para a população de cidades cercadas por florestas. "É preciso dar alternativa para as pessoas viveram dignamente de forma legal. É a única chance que a gente tem de ter sucesso na questão da preservação da nossa querida Amazônia."

O Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, lançado nesta tarde, tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável da região com a união das políticas públicas dos três níveis de governo. É no Xingu que será construída a usina hidrelétrica de Belo Monte, obra que enfrenta resistência de indígenas e ambientalistas. Um dos objetivos do plano é incentivar as atividades econômicas com ordenamento fundiário e investimentos em infraestrutura.
Imprimir