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ONGs paulistas querem que candidatos se comprometam com luta contra a aids

ABr

Apesar dos avanços obtidos na luta contra a aids ao longo das últimas duas décadas, cerca de 34 mil brasileiros são infectados pelo vírus causador da doença todos os anos. Segundo o presidente do Fórum das Organizações Não Governamentais (ONGs) - Aids do Estado de São Paulo, Rodrigo de Souza Pinheiro, ao menos 11 mil pessoas morrem anualmente no país em consequência da doença.

Preocupadas com esse quadro, as 122 entidades que integram o fórum estão cobrando dos dois candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a assinatura de um documento pelo qual se comprometem a implementar várias ações que visam a melhorar as condições das pessoas que vivem com o HIV.

A carta prevê a adoção de políticas e ações capazes de diminuir o número de mortos pela doença e a redução do alto índice de diagnósticos tardios; a ampliação significativa da distribuição de preservativos masculinos e femininos e a execução de planos já lançados pelo governo federal para combater a epidemia entre as parcelas mais vulneráveis da população, caso de mulheres e homossexuais.

O objetivo do grupo, de acordo com Pinheiro, é reforçar entre os candidatos à Presidência a importância do tema e levá-los ao compromisso de colocar em prática, caso eleitos, as medidas sugeridas. Mas, sem, em troca, manifestar apoio a qualquer um dos dois.

"O fórum é um espaço apartidário e o que estamos fazendo é cobrar dos candidatos o compromisso com a questão da luta contra a aids", disse Pinheiro à Agência Brasil logo após o tucano José Serra ter participado, em São Paulo (SP), de um encontro da entidade. Em campanha, o ex-governador aproveitou para criticar a falta de medicamentos de uso contínuo para quem tem a doença. Segundo Pinheiro, a expectativa era de que a petista Dilma Rousseff confirmasse ainda hoje (14) um encontro com o grupo.

Ainda de acordo com o presidente do fórum, as medidas, mesmo as mais genéricas como incentivar a responsabilidade compartilhada dos três níveis de governo a fim de melhorar a qualidade dos serviços assistenciais e ampliar o número de profissionais de saúde são fáceis de serem executadas, exigindo apenas "vontade política".

"Se o candidato se comprometer e [após vencer a eleição] tiver vontade política, conseguirá implementar as ações políticas que sugerimos", afirmou, reforçando que, apesar da importância do país garantir o acesso gratuito dos doentes à medicação necessária, problemas de logística na compra e na distribuição têm ocasionado a falta dos medicamentos em alguns hospitais. "Se o Estado garantiu às pessoas que vivem com a doença o direito aos remédios de uso continuados, eles não podem faltar. Este é um problema que vem sendo apresentado durante todos estes anos e que tem que ser melhorada durante o próximo governo", disse Pinheiro.
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