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Notícias / Brasil

Polícia do Rio indicia pai de Joanna por tortura, diz delegado

G1

O pai da menina Joanna, André Rodrigues Marins, foi indiciado por tortura. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (15) pelo delegado Luiz Henrique Marques, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav).

O Instituto Médico Legal (IML) divulgou um laudo que confirmou que Joanna sofreu maus-tratos, o que teria agravado o estado de saúde dela. Joanna morreu em função de uma meningite viral desenvolvida a partir de herpes. A menina passou 26 dias em coma em um hospital na Zona Sul do Rio.

A causa da morte está no laudo do IML. No documento os peritos explicam que a doença pode ser consequência de baixa imunidade. Joanna tinha lesões semelhantes a queimaduras nas nádegas, que, de acordo com o documento, foram causadas por substância química ou ação física. Já as cicatrizes e feridas pelo corpo foram provocadas por traumas, segundo o laudo.

A mãe da menina, Cristiane Marcenal, acusa André de ser o autor das marcas. No entanto, o pai da menina, André Rodrigues Marins, se defendeu. Joanna estava morando com ele na época em que foi internada. Mas André disse que o laudo não o responsabiliza pelos ferimentos da filha.

Menina era amarrada com fita crepe
Na coletiva dada pelo pai da menina na quinta-feira (7), ele confirmou que amarrou as mãos da filha com fita crepe. A informação foi dada à polícia por uma babá que cuidou da menina na casa dele.

De acordo com informações passadas pela delegacia, a funcionária disse em depoimento que encontrou a menina em um quarto, amarrada com fitas nos pés e nas mãos, suja de fezes e xixi. Ela contou que, questionado, André disse que a medida foi tomada por orientação de uma psicóloga porque a filha sofria de “terror noturno” e tinha um sono muito agitado e com transtornos motores.

“Vou perseguir as pessoas que me caluniaram e difamaram, judicialmente, civil e criminalmente. Inclusive a faxineira que trabalhou três dias como diarista na minha casa. Nós nunca tivemos babá. Ela foi dispensada porque o serviço não foi satisfatório, agora ela conta essa história absurda e caluniosa”, disse o pai.


Pai levou fotos da filha para entrevista coletiva
(Foto: Arquivo Pessoal)Psicóloca desmente orientação ao pai
A psicóloga que atendeu Joanna, Lilian Araújo Paiva, desmentiu que tenha orientado o pai da criança a amarrá-la.

"De forma nenhuma eu falei que ele amarrasse as mãos, ou que as mãos tivessem que ficar presas da forma como ele mostrou ali. A questão da luvinha, ele me perguntou se eu poderia fazer durante a noite, enquanto ela estivesse dormindo, e eu falei que se ela estava se machucando, pra ele colocar a luvinha. Mas de forma nenhuma de amarrar a criança. Nunca orientaria isso. Isso não foi orientado em momento algum do atendimento de Joanna. Isso não aconteceu”, disse Lilian em entrevista ao programa Mais Você.

R$ 3 mil de recompensa por falso médico
André atribuiu a morte da filha ao falso médico que a atendeu e segue foragido da Justiça. A médica que o contratou foi presa. Segundo o pai da menina, o caso de Joanna tinha solução, mas o tratamento foi inadequado.

André diz ainda que está oferecendo uma recompensa de R$ 3 mil por pistas e informações que levem ao paradeiro do estudante de medicina.
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