Em ato de reverência, dezenas de mineiros tiram seus capacetes e fazem o sinal da cruz ante a imagem de Nossa Senhora da Consolação, preparando-se para ingressar na jazida equatoriana Casa Negra, com a intenção de abrir caminho para o resgate de quatro companheiros presos.
O túnel subterrâneo, de 150 metros de profundidade, ficou bloqueado na sexta-feira por toneladas de terra e pedras.

O desabamento na mina de ouro, de Portovelo (405 km a sudoeste de Quito), impediu a saída dos equatorianos Walter Vera (chefe do grupo), de seu irmão Angel Vera (operador de broca), de Pedro Mendoza e Paúl Aguirre (mineiros).

A operação para o resgate vem sendo ininterrupta na mina Casa Negra, explorada pela empresa equatoriana Minesadco, que produz 10 kg de ouro por mês.

Os socorristas abrem caminho perto da chaminé que ruiu durante o desabamento para chegar ao túnel, de 60 metros de comprimento, dois de altura e 2,50 de largura, segundo Fabián Garcés, engenheiro da Minesadco.

O trabalho é lento porque "não podemos arriscar a segurança dos que estão dentro, que devem estar vivos", afirmou à AFP.

Familiares esperam do lado de fora da jazida com angústia. A mina, na década de 50, deixou de ser explorada pela americana South American Development Company (Sadco).

E rezam. "Confiamos em Deus porque para Deus nada é impossível", disse Filomeno, tio dos irmãos Vera.

Mas o desespero aumenta com o passar das horas. O acidente aconteceu às 03H00 locais (05H00) de sexta-feira.